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Imagem: Notre-Dame de Paris (gravura de 1840)
Imagem: Notre-Dame de Paris (gravura de 1840)
Imagem: Notre-Dame de Paris (gravura de 1840)

Rosângela Chaves em Veredas Jornalista e professora | Publicado em 18 de abril de 2019

Rosângela Chaves
Jornalista e professora
18/04/2019 em Veredas

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À Virgem de Paris, em verso e prosa

Patrimônio histórico e cultural da humanidade, a catedral de Notre-Dame de Paris, ao longo de seus mais de oito séculos de existência, povoou a imaginação de escritores, poetas, músicos, pintores, escultores, gravuristas, fotógrafos etc. Em homenagem a esse monumento tão terrivelmente castigado pelo fogo na última segunda-feira, dia 15 de abril, ERMIRA apresenta uma seleção em verso e em prosa dedicada a Notre-Dame. Confira um poema inédito do escritor e colunista de ERMIRA, Luís Araujo Pereira, inspirado em uma visita sua à igreja em 2015; os famosos (e proféticos) versos de Gérard de Nerval sobre a catedral; recortes de uma longa ode de Théophile Gautier à basílica, e a abertura do também célebre capítulo do romance O Corcunda de Notre-Dame, de Victor Hugo, em que ele lamenta o estado de degradação da igreja no início do século XIX.

 

7. juin. 2015

Luís Araujo Pereira (1946-)

Na catedral de Notre-Dame

̶  ao invés de rezar    ̶

chorei por mim

 

Chorei pelos normandos

que nos espiam nos museus

chorei pelos gauleses

que sobrevivem nas páginas

de Uderzo e Goscinny

 

Chorei pelos meus

e por todos os que amo

e pelos que dormem

o sono de mármore

̶  todos estes que morreram

sem perguntar-me

se eu queria esquecê-los

[Extraído do livro inédito rasoquasefundo (2013-2018)]

Notre-Dame de Paris

Gérard de Nerval (1808-1855)

 

Notre-Dame é bem velha: nós a veremos talvez

Enterrar, um dia, Paris, que ela viu nascer;

Mas, dentro de alguns milhares de anos, o Tempo fará vergar

Como um lobo faz com o gado, essa carcaça pesada,

Entortar seus nervos de ferro, e depois com dentadas surdas

Roer tristemente seus velhos ossos de pedra!

 

Muitos homens, de todas as nações da Terra

Virão para contemplar essa ruína austera

Sonhadores, ao lerem o livro de Victor

— Então, eles acreditarão ver a velha basílica

Assim como ela era, pujante e magnífica,

Elevar-se diante deles como a sombra de um morto!

[Extraído de Odelettes (1834)]

Notre-Dame (trechos)

Théophile Gautier (1881-1872)

Esgotado dessa calma aborrecida em que já fenecem,

Como um lago que adormece, nossos anos extenuados

Esgotado de sufocar minha vida em um salão estreito,

Com jovens gorduchos e mulheres frívolas,

Trocando sem proveito palavras banais;

Esgotado de apenas tocar meu horizonte com o dedo.

 

Para me reerguer e alargar minha alma,

Teu livro no bolso, ao redor de Notre-Dame;

Eu vou sempre, Victor,

Às oito horas, no verão, quando o sol se põe,

E seu disco fulvo, à beira dos telhados que ele toca,

Flutua como um grande balão de ouro

 

[…]
Como, para desejar boa-noite, de uma tonalidade mais rica,

O dia que termina reveste a santa catedral

Esboçada a traços largos no horizonte de fogo;

E suas torres gêmeas, esses cânticos de pedra,

Parecem os dois grandes braços da cidade em prece,

Antes de dormir, que elevam-se em direção a seu Deus

[Extraído de La Comédie de la Mort (1838)]

Notre-Dame

Victor Hugo (1802-1885)

Sem dúvida, o edifício da igreja de Notre-Dame de Paris é ainda hoje majestoso e sublime. Todavia, por mais que ele tenha conservado sua beleza ao envelhecer, torna-se difícil não suspirar, não se indignar diante das degradações, das inúmeras mutilações a que simultaneamente o tempo e os homens submeteram o venerável monumento, sem respeito por Charlemagne, que nele colocou a primeira pedra, nem por Philippe-Auguste, que nele colocou a derradeira.

Na face dessa velha rainha de nossas catedrais, ao lado de uma ruga, encontra-se sempre uma cicatriz. Tempus edax, homo edacior. Com satisfação, eu traduziria assim: o tempo é cego, o homem é estúpido.

(Abertura do capítulo 1, do Livro III, do romance O Corcunda de Notre-Dame, intitulado “Notre-Dame”)

Os textos dos autores franceses foram traduzidos por Rosângela Chaves, em colaboração com Luís Araujo Pereira

 

Tag's: catedral de Notre-Dame, França, Gérard de Nerval, incêndio, literatura, Luís Araujo Pereira, Notre-Dame, Notre-Dame de Paris, Paris, poesia, Théophile Gautier, Victor Hugo

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1 comentários em “À Virgem de Paris, em verso e prosa”

  1. Maria Elisa França Rocha disse:
    21 de abril de 2019 às 10:22

    Que maravilha essa seleção. Obrigada amigos. E o poema inédito do Luís, pungente.

    Responder

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