Galvão Bueno
O narrador mais amado e odiado do Brasil – quiçá do sistema solar inteiro – está se superando nestas Olimpíadas. Depois da sua já clássica indecisão na narração de uma prova de Michael Phelps nos jogos de Londres – “vai perder, vai ganhar! Vai perder, vai ganhar! Perdeeeeu! Ganhooou!” –, ele continua aprontando. Fez a largada de uma prova de natação ser cancelada porque não calava a boca e protagonizou uma bronca homérica na seleção masculina de futebol que se recusara a dar entrevistas à Globo. Esse é o velho Galvão Bueno que conhecemos…
Zika
A doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti amedrontou o mundo antes dos jogos do Rio e motivou a desistência de vários atletas, sobretudo do tênis e do golfe. Como é inverno por aqui, a incidência mais baixa do inseto acabou fazendo a epidemia sair do foco, mas todo o barulho em torno dela deixou rastros. Que o diga a goleira da seleção feminina de futebol dos EUA, que antes de vir para o Brasil publicou um vídeo pouco simpático sobre o assunto. Resultado: virou inimiga da torcida brasileira. Toda vez que Hope Solo pegava na bola, o pessoal gritava: ZIKA!
A rede social, claro, não poderia deixar de ser escalada para estes jogos. O que já apareceu por lá não está no gibi. Sabendo de sua popularidade, o microblog criou símbolos exclusivos para os esportes em disputa no Rio de Janeiro, mas não conseguiu evitar os problemas de sempre. Mensagens agressivas contra atletas foram divulgadas e até uma hashtag homofóbica ganhou visibilidade. Mas não foi só o Twitter que vem chamando a atenção. Aplicativos de encontros amorosos têm sido usados à exaustão na Olimpíada, causando cenas de ciúme e alguns barracos.
Violência
O Rio de Janeiro continua lindo, mas também violento. No ano das Olimpíadas, os homicídios na Cidade Maravilhosa cresceram 17%. O contingente da Força Nacional de Segurança foi reforçado após vários ataques e confrontos e um soldado da tropa foi morto em uma favela dominada pelo tráfico. Houve ainda casos de furtos a atletas e equipes de jornalismo estrangeiros que vieram cobrir os Jogos. Balas perdidas atingiram um dos complexos olímpicos e um ônibus com repórteres do exterior foi alvo de bandidos. “Isso aqui ôôô, é um pouquinho de Brasil, ai, ai…”
Fora Temer
Depois de receber uma vaia olímpica no Maracanã nos 6 ou 7 segundos em que falou na Cerimônia de Abertura dos Jogos, o presidente Michel Temer tornou-se alvo preferencial de protestos políticos nas arenas esportivas. Houve a tentativa de coibir tais manifestações políticas nas Olimpíadas, mas a Justiça lembrou ao Comitê Olímpico Internacional que a Constituição do Brasil assegura a liberdade de expressão. O lema Fora Temer ganhou formas criativas e adeptos, como Caetano Veloso, que deu seu recado nos bastidores da própria festa de abertura.
Parabéns, Rogério!