Um dos atores mais queridos de Hollywood completa no próximo dia 9 de dezembro um século de vida. Kirk Douglas imprimiu seu nome na história do cinema norte-americano com interpretações marcantes, mas também se destacou por fatos fora da tela. Confira cinco motivos pelos quais este veterano é um emblema da indústria cinematográfica dos Estados Unidos.
Patriarca do clã
Nascido na cidade de Amsterdã (não a capital da Holanda, mas uma pacata comunidade no estado de Nova York), Kirk Douglas é pai de quatro filhos, todos eles ligados à indústria do cinema. O mais conhecido é o ator Michael Douglas, que tem dois Oscars na prateleira (um pelo papel no filme Wall Street e outro pela produção do clássico O Estranho no Ninho). Ainda fazem parte da família o ator Eric Douglas, que morreu precocemente aos 46 anos de idade, e os produtores Joel e Peter Douglas. Um de seus netos, Cameron Douglas, filho de Michael, também é ator.
Eterno Spartacus
Kirk Douglas fez quase cem filmes em sua carreira, mas nenhum o marcou tanto como aquele em que vive um escravo na Roma Antiga, Spartacus. Dirigida por Stanley Kubrick, a produção foi um sucesso global. Naquele ano de 1961, o Oscar foi para seu companheiro de elenco, o excelente Peter Ustinov, que levou a estatueta por seu papel como Batiatus. Douglas sequer chegou a ser indicado, mas sua figura máscula entrou para o imaginário dos fãs do cinema. No início dos anos 1960, ele já era um ídolo, mas nenhum personagem havia lhe dado tamanha popularidade mundial como aquele.
A grande parceria
Poucos gigantes do cinema atuaram tantas vezes juntos quanto Kirk Douglas e Burt Lancaster, outro ícone da Era de Ouro de Hollywood. Essa dupla firmou nada menos que sete parcerias na telona. Uma delas foi a filmagem de O Discípulo do Diabo, uma peça de Bernard Shaw que contava no elenco com outro gigante, Laurence Olivier. As outras produções foram Sem Lei e Sem Alma (1957); Estranha Fascinação (1948); A Lista de Adrian Messenger (1963), dirigido por John Huston; Sete Dias em Maio (1964); Vitória em Entebee (1976); e Os Últimos Durões (1986) (foto).
Oscar demorou a vir
Kirk Douglas foi indicado três vezes ao Oscar de Melhor Ator, mas não levou nenhum. Ele concorreu por Campeão, em 1950, quando perdeu para Broderick Crawford com A Grande Ilusão. Voltou a concorrer em 1953 por Cativos do Mal, mas quem venceu foi Gary Cooper por seu trabalho em Matar ou Morrer. Por fim, Douglas entrou no páreo com sua elogiada atuação em A Vida Apaixonada de Van Gogh, em que vivia o pintor holandês, mas acabou derrotado por Yuri Brynner, por O Rei e Eu. O ator só veio ganhar o Oscar Honorário em 1996, pelo conjunto da obra.
Atuação política
Além de ator, Kirk Douglas também foi um produtor de sucesso e nesta posição manteve posições corajosas. No tempo da chamada Caça às Bruxas, movimento de perseguição a comunistas liderado pelo senador McCarthy nos anos 1950, Douglas foi um contraponto às garras das patrulhas ideológicas em Hollywood. Um caso famoso foi a proteção que ao roteirista Dalton Trumbo, que foi boicotado por estúdios e diretores. Naquela época, Kirk Douglas encarou nomes poderosos, como o ator John Wayne e Ronald Reagan, que viria a ser presidente dos EUA. Depois, os dois se reconciliaram (foto).