Em sua 17ª edição, o festival Goiânia Mostra Curtas, capitaneado por Maria Abdalla, permanece como um dos mais relevantes espaços para o curta-metragem no País. A mostra, que começou na quarta-feira, dia 4 de setembro, no Teatro Goiânia, prossegue até domingo exibindo filmes de todos o País, muitos deles premiados e outros inéditos, com temáticas, linguagens e formatos diferentes.
Evento consolidado, a Goiânia Mostra Curtas tem contribuído para a formação de público e se tornou rapidamente um evento esperado no calendário cultural de Goiânia. Porém, com suas oficinas, debates e ações que têm se desdobrado ao longo dos anos em laboratórios e cursos de formação, por meio do Instituto de Cultura e Meio Ambiente (Icumam), seu papel foi além e estimulou a formação de toda uma geração de realizadores goianos.
A estrutura de exibição de filmes mantém-se com a divisão característica, com a Mostra Brasil nas sessões noturnas – trata-se de uma seleção que oferece uma panorama da produção nacional mais recente de várias partes do País. A Mostra Brasil, que começa às 19 horas, prossegue até sábado.
A Curta Mostra Goiás, como o título já diz, contempla exclusivamente a produção local, com sessões no período da tarde. A animação, antes dispersa no restante da programação, ganhou neste ano um espaço próprio. Nesta sexta-feira (6), a partir das 15h, serão exibidos 16 filmes, representantes de 10 Estados brasileiros. O destaque é o curta Reanimando o Kaiser, produção que resgata a primeira animação brasileira, produzida em 1917.
Mostra Especial
Apesar de não ser um festival temático, desde o começo de sua história o Goiânia Mostra Curtas elege, a cada edição, uma questão em particular que é abordada em mostras especiais, oficinas e nas homenagens e debates. Neste ano, em que o Brasil assiste às ameaças de redução de reservas indígenas e vê aumentar os conflitos pela terra, o destaque da extensa programação do festival é a mostra especial Os Índios e O Cinema.
Com curadoria de Rita Carelli, diretora, atriz e escritora, a mostra não competitiva será exibida nas tarde de sábado e domingo e traz 12 filmes provenientes de sete Estados, muitos deles produzidos pelas comunidades indígenas. Dos rituais ancestrais aos conflitos contemporâneos pela terra, sem deixar de lado a resistência cultural – que tem na linguagem audiovisual uma nova e forte ferramenta, a mostra é dividida em dois programas: Brincadeiras e Lutas (sábado, 7) e Os Poderes (domingo, 8).
“As realidades indígenas são tão diversas como a vida, as temáticas são infinitas e muitos são os caminhos trilhados pelos realizadores e realizadoras, seu contato com o cinema (ou, em sentido inverso, de realizadores com o universo indígena), sua forma de apropriação dos recursos audiovisuais e suas finalidades. A própria noção de identidade indígena está muito além dos estereótipos desenhados”, diz a curadora no material de divulgação do festival.
Respeitado e premiado pelas décadas de dedicação à causa indígena, o cineasta Vicent Carelli tornou-se referência com o projeto Vídeo nas Aldeias, no qual ministrou cursos de formação audiovisual para a população indígena em várias partes do País. Além de ministrar uma oficina no Goiânia Mostra Curtas, ele é o convidado do debate sobre o tema que será realizado neste sábado, dia 7, à tarde, logo após a mostra especial. Também participam do debate os realizadores homenageados Suely e Isael Maxakali, o integrante do Coletivo Mbya-Guarani de Cinema Ralf Ortega e o cineasta e curador Rodrigo Arajeju. .
O Goiania Mostra Curtas é resultado da competência e tenacidade de sua criadora e realizadora Maria Abdalla, mas é orgulho de todos nós goianos!! Assim como Rute Guedes distribui satisfação pra todos nós jornalistas como exemplo dessa categoria! Parabéns, meninas vcs nós representam!! Beijos à essas duas mulheres maravilhosas!!