Criadora do projeto e-cêntrica, de inovação no mercado editorial, a jornalista Larissa Mundim tem atuado para incentivar a cadeia produtiva que envolve as editoras independentes. Por meio do projeto, ela e outros parceiros realizaram um mapeamento da produção literária independente no país, envolvendo desde autores e editoras, passando por designers, ilustradores e demais profissionais que atuam nesse processo, para constituir uma rede produtiva e incentivar a circulação dos produtos do setor.
Larissa também é fundadora da editora Nega Lilu e escritora. Entre seus livros, destacam-se os romances Sem Palavras, em coautoria com Valentina Prado, e Agora Eu Te Amo. Ela conta que teve a ideia de criar esse projeto quando percebeu a sua própria “invisibilidade” como autora, por conta da dificuldade de fazer com que seus livros circulassem. Um problema compartilhado com outros escritores do Centro-Oeste e também do Norte e Nordeste, normalmente colocados em segundo plano pelo mercado editorial tradicional do país.
Segundo Larissa, o fortalecimento do mercado editorial independente passa pelo reforço da propriedade intelectual, com uma maior valorização dos autores, e também pela capacitação dos leitores. Ela também ressalta a necessidade em dar maior destaque a produções de autoria de grupos sub-representados, como mulheres, negros, população LGBT, citando uma pesquisa da UnB que mostra que a maioria dos livros publicados pelas grandes editoras do país tem como autores homens brancos e heterossexuais.
De acordo com Larissa, a compra de um livro também é uma atitude política e social. “Você pode ler a tradução de um livro de um excelente autor branco e europeu. Mas você pode também comprar um livro de poesia de uma escritora negra. Isso faz toda a diferença e impacta a cadeia produtiva do livro”, ressalta.
Veja abaixo a íntegra da entrevista que a jornalista e escritora Larissa Mundim concedeu aos jornalistas Rogério Borges e Rosângela Chaves, no programa Dedo de Prosa, do Canal Ermira Cultura.