Um dos novos talentos da cena poética de Goiânia, Mazinho Souza coordena o projeto Goiânia Clandestina, uma cooperativa para a publicação de jovens autores como ele. Por meio de financiamento coletivo, o objetivo é montar uma minigráfica, para a edição e a impressão das obras. Fundado em 2014, o Goiânia Clandestina lançou em 2017 a Antologia Clandestina, uma coletânea com poemas de 22 poetas de Goiás, todos inéditos.
Estudante de Filosofia na UFG e também arte-educador, Mazinho tem 28 anos e nasceu em Aparecida de Goiânia. Em 2019, ele lançou seu primeiro livro de poesias, Cobra Criada, pela Martelo Editorial. Na obra, o jovem autor dialoga com poetas que o influenciaram, como Paulo Leminski, Manoel de Barros, Luís Araujo Pereira e Pio Vargas, e também reflete sobre a sua condição de jovem negro. Segundo ele, sua poesia é um canal de reflexão existencial, mas também um instrumento de denúncia social. “É um lugar de resistência”, afirma.
No curso de Filosofia, Mazinho concentra seu interesse na obra de Nietzsche. Diz que, inicialmente, foi conflituoso conciliar suas leituras filosóficas com o candomblé, religião da qual é praticante, e com a escrita poética. Mas agora acredita que elas se complementam. “No candomblé, eu consigo entender mais a filosofia e na filosofia eu tendo compreender mais a poesia”, afirma.
Confira a seguir a entrevista que o poeta, arte-educador e estudante de Filosofia Mazinho Souza concedeu aos jornalistas Rosângela Chaves e Gilberto G. Pereira, no programa Dedo de Prosa, do Canal Ermira Cultura.