• Sobre Ermira
  • Colunas
    • Aboios
    • Arlequim
    • Arranca-toco
    • Chapadão
    • Chispas
    • Dedo de prosa
    • Errâncias
    • Especial
    • Espirais
    • Florações
    • Margem
    • Maria faz angu
    • Matutações
    • Miradas
    • Mulherzinhas
    • Projeto Ensaios
    • NoNaDa
    • Pomar
    • Rupestre
    • Tabelinha
    • Terra do sol
    • Veredas
  • Contribua
  • Colunistas
  • Contato
  • Instagram
  • Facebook
  • YouTube
  • Twitter

ERMIRA

  • Instagram
  • Facebook
  • YouTube
  • Twitter
  • Sobre Ermira
  • Colunas
    • Aboios
    • Arlequim
    • Arranca-toco
    • Chapadão
    • Chispas
    • Dedo de prosa
    • Errâncias
    • Especial
    • Espirais
    • Florações
    • Margem
    • Maria faz angu
    • Matutações
    • Miradas
    • Mulherzinhas
    • Projeto Ensaios
    • NoNaDa
    • Pomar
    • Rupestre
    • Tabelinha
    • Terra do sol
    • Veredas
  • Contribua
  • Colunistas
  • Contato

Luís Araujo Pereira em Florações Professor e escritor | Publicado em 23 de março de 2025

Luís Araujo Pereira
Professor e escritor
23/03/2025 em Florações

  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Google +
  • Compartilhar no WhatsApp
← Voltar

Cinco poemas de Régis Bonvicino

[Curadoria de Luís Araujo Pereira]

[1]

Janeiros

janeiros  orbitam

estações  mortas


minutos  atravessados

num  roxo  oco


cadáveres  de  dias

se  esparramam  até  a  porta


(  exílio-íris,

verde  quase


que  um  neo  deserto

aborta

33 poemas (1990)

• • •


[2]

Triste como um pôr do sol

um  sol  vago

que  vai

como  quem

não  veio

sol  de  soslaio

este  é  o  sol

que  leio


sol  solto

(  que  a  nada  se  prende  )

sol  alheio


luz  aparente

(  de  um  lume  que  talvez  brilhe  ocluso  )

este  é  o  sol


que  é  uma  sombra

(  como  a  paisagem  )

o  dia  inteiro


sol  difuso

(  que  finge  luz  )

triste  como  um  pôr do sol  )


sol  que  não  sabe

o  que  é  o  sol

ou  seu  calor

(  sol  vago

que  vai

como  quem

não  veio

sol  de  soslaio

este  é  o  sol

que  leio )

33 poemas (1990)

• • •


[3]

Gestos

Gestos que se repetem

toques que se repetem

olhares

que transformam o sol


Em cabeças de alfinete

as folhas renovadas

do chapéu de sol

apenas se repetem


Sons nervosos da voz

passos que repisam

movimentos que se repetem

e há sempre


Em cada lugar

um intérprete

tornar a dizer

que as vozes dos pássaros


Entre ruídos de carros

sonados

da manhã

apenas se repetem

Ossos de borboleta (1996)

• • •


[4]

Sempre

Sempre em frente

e vice-versa


o sol

o horizonte


a linha reta


•


Cabeça do mar

a ilha

brilha

triângulo


•


Dias

no quarto

dias

em retângulos


Dromedários

quadrados

são círculos

com ângulos


•


Preto

vermelho

azul

branco


sob a forma

de losango


•


O ponto

fechado

círculo

tão íntimo

de si

Ossos de borboleta (1996)

• • •


[5]

Folhas

Folhas fêmeas de mandrágora

mandrágoras do agora quando

abutres habitam

azuis


bocas mais suaves do que

vinho

o sol de janeiro queima

a pele


ouriços trucidam víboras

salamandras e consoantes

sob o musgo

de cifras


(como se diz

não se adia

a cor

da noite)


camaleões

o casco oco de um cervo

lacraias mancas

a cauda de um pavão emérito

Ossos de borboleta (1996)

Régis Rodrigues Bonvicino nasceu em São Paulo no dia 25 de fevereiro de 1955. Formou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em 1978. De 1975 a 1983, foi colaborador da Folha de S. Paulo na área de cultura e literatura, passando em seguida a atuar na magistratura. É tradutor, editor e crítico literário. Seus poemas já foram traduzidos em vários países. Como poeta, publicou os seguintes títulos: Bicho papel (1975),  Régis hotel (1978), Sósia  da cópia (1983), Más companhias (1987), 33 poemas (1990), Outros poemas (1993), Primeiro tempo (1995), Ossos de borboleta (1996), Togheter – um poema, vozes (1996), Sky-eclipse (1999), Remorso do cosmos (de ter vindo ao sol) (2003), Página órfã (2007), Estado crítico (2013) e Até agora (poesia reunida, 2010).

Tag's: literatura, literatura brasileira, poesia, poesia brasileira, Régis Bonvicino

  • Certo bar

    por Luís Araujo Pereira em Espirais

  • Águas femininas

    por Da Reportagem/Ermira em Veredas

  • Inúmeros, numerosos, infinitos números

    por Marília Fleury em Pomar

  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Google +
  • Compartilhar no WhatsApp

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Deixe um comentário (cancelar resposta)

O seu endereço de e-mail não será publicado. Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

ERMIRA
  • Instagram
  • Facebook
  • YouTube
  • Twitter