“A charge tem maior liberdade de expressão, até mais que o tradicional jornalismo de opinião. A arte tem um espírito mais livre e talvez por isso surjam coisas interessantes no espírito do chargista ou do cartunista.” É assim que o professor universitário, publicitário e designer gráfico Cláudio Aleixo Rocha define a mais nova vertente de sua atuação profissional. Talento que a partir de agora ele mostra, com trabalhos exclusivos, em ERMIRA, que inaugura, assim, uma seção fixa dedicada à charge e ao cartum. Uma maneira inteligente e criativa de opinar e interagir com os leitores. O primeiro cartum, que trata da atual relação das pessoas com as redes sociais, pode ser conferido abaixo:
“A charge, o cartum, os quadrinhos, as tirinhas podem possibilitar uma outra versão dos fatos que não foram divulgadas pelos meios tradicionais de comunicação. Às vezes, as pessoas querem expressar aquilo que pensam, mas não veem isso ser propagado pelos veículos de comunicação”, acredita Aleixo, que é docente da Escola de Comunicação da PUC Goiás. “Às vezes, o cartunista ou chargista percebe que há algo obscuro por trás daquele fato e expressa isso. Por ser um artista independente, o chargista pode dizer o que fica nas entrelinhas do noticiário.”
Segundo ele, há formas específicas de revelar isso. “O artista pega a hipérbole das coisas e coloca aquilo de maneira escrachada e exagerada, colocando até riso nas coisas. Dá abertura para a discussão por meio dessa linguagem, que é muito direta e de fácil apreensão.” Mesmo definindo tão bem os conceitos dessas produções, Aleixo acredita que ainda tem muito a desenvolver em seus trabalhos. “Considero que o traço próprio, que a gente chama de desenho autoral, é um ponto que ainda não cheguei.” Talvez haja excesso de modéstia nessa fala. Aleixo teve este ano um trabalho selecionado para o Salão do Humor de Piracicaba, o mais prestigiado da área no País.
Aleixo está começando nesta seara, mas quer que a nova carreira seja longa. “Faz pouco tempo que comecei a fazer charges, cartuns, caricaturas e histórias em quadrinhos. Ainda tenho que desenvolver esse traço autoral. Com o tempo, tenho certeza, vou conseguir atingir isso. Basta manter a observação. Ainda sou iniciante. Recentemente fez um ano que realizei minha primeira exposição em histórias em quadrinhos.” Vontade de se desenvolver, porém, nunca lhe faltou. Eu me considero um autodidata. Tudo o que aprendiR foi lendo e estudando.”
Uma trajetória marcada pelo empenho em se aperfeiçoar. “Entrei na Faculdade de Artes Plásticas e acredito que aprimorei meu desenho ali. Foi lá que aprendi sobre estética, composição, linguagem visual e percebi que deveria adquirir um traço próprio.” Para Aleixo, seu talento para o desenho é nato. “Já nasci com essa vocação. Desenhava desde criança. Meus pais perceberam esse dom com o desenho quando tinha 7 anos. Sempre trabalhei com arte na escola. Na adolescência, entrei no Centro Livre de Artes, no Bosque dos Buritis, para desenvolver essa habilidade do desenho. Lá fiquei dois anos e tive a oportunidade de conhecer talentos e bons professores.”
Na visão de Aleixo, o traço crítico tem um papel importante. “É mais uma ferramenta de opinião. Hoje, com o advento da internet e das redes sociais, é possível ao artista elaborar, criar e divulgar seus trabalhos online. Isso facilitou a divulgação de trabalhos de pessoas que antes eram anônimas, podendo encontrar públicos que se identificam com o que fazem. Eu acho que a charge, o cartum, os quadrinhos e as tirinhas devem apresentar essa contribuição para a política, a cultura, o comportamento e para a vida como um todo.”
Em ERMIRA, Aleixo mantém o compromisso de atuar com responsabilidade, levando a reflexões menos ligeiras. “Não é interessante que o artista dê uma opinião apenas por dar essa opinião. É preciso buscar fontes de conteúdos do que está querendo propor. É importante que vá atrás de informações que deem força, validade, credibilidade. Isso é importante para não dar uma falsa opinião, frívola, no que pode resultar até em falsa notícia dentro da charge. Por isso é preciso buscar informações em entrevistas, sites de análise política para que a charge dê uma opinião válida.”
Vocês não imaginam como meu coração pulsa e meus olhos brilham ao ler e ver isso. Isso representa muito pra mim. É emocionante, me sensibiliza e me motiva a conhecer mais as pessoas, a sociedade, os comportamentos, a cultura e a mim mesmo. Ermira Cultura será um espaço de reflexão no qual a arte e a linguagem visual serão os motores do meu pensamento. Muito obrigado Rogério Borges pela confiança e pela generosidade em dividir esse espaço comigo. Sigamos em frente. E lá vem traço!
Que legal, o site só tende a melhorar. Parabéns Ermira e ao Cláudio!!!!