Se é possível definir a amizade em poucas palavras, podemos dizer que ela é uma alegria recíproca, um sentimento de mútua satisfação que une aqueles que apreciam a companhia uns dos outros. A amizade, já dizia Aristóteles, “é desejável por si mesma” – dos amigos só queremos que permaneçam nossos amigos, nada mais. É sob as graças da amizade que o projeto deste site foi concebido. À frente dele, ex-colegas de jornal, amigos para toda vida, aos quais vêm se juntar outros amigos com quem compartilhamos a paixão pelo jornalismo e afinidades nos vários campos da cultura.
Em homenagem a um dos maiores autores da literatura goiana, escolhemos o nome Ermira para batizar este projeto. Ermira é a principal personagem feminina de Jurubatuba, o grande romance do escritor Carmo Bernardes, cujo centenário de nascimento foi celebrado em 2015 e que há exatos 50 anos publicava seu primeiro livro, o volume de contos Vida Mundo.
Adotando o nome desta mulher solar e sensual que o gênio de Carmo criou, pretendemos ainda, em meio ao espaço virtual e sem fronteiras da internet, realçar o espaço físico onde estamos situados para falar de Goiás, a partir de Goiás, e para além do Estado que o escritor nascido em Patos de Minas (MG) elegeu como morada definitiva. Também nos inspiramos no vocabulário ao mesmo tempo regional e erudito de Carmo para extrair os títulos das várias seções deste site.
“O que baliza a linha editorial e os valores compartilhados por todos os envolvidos neste site é a defesa do Estado democrático e laico, dos direitos individuais, da cidadania, da diversidade sexual e cultural, da pluralidade de ideias e da tolerância”
Ermira foi pensado para ser uma espécie de laboratório de jornalismo, explorando as várias possibilidades oferecidas pela plataforma multimídia da internet. Um espaço de liberdade, de experimentação, de inventividade, sem as amarras da cartilha predominante na mídia tradicional, que tem rebaixado o jornalismo cultural – se é que ele ainda merece essa denominação – a mero passatempo para agradar ao suposto “gosto médio” de um público distraído.
Este site surge como uma forma de resistência e reação a esse tipo de jornalismo de recreio que se pretende “light”, mas só consegue ser ligeiro e frívolo e que, sob uma fachada “ousada” e “moderna”, é, na verdade, extremamente conformista e conservador.
Nosso objetivo é oferecer uma cobertura jornalística que, sem se tornar refém de modismos e da agenda imposta pela indústria do entretenimento, abarque as diversas áreas da cultura como elas merecem ser tratadas: com profundidade, mas também com leveza e irreverência, e por meio de uma reflexão contínua que nosso ofício nos impõe. Porque acreditamos que se engajar em um jornalismo que recuse a superficialidade e que tenha a coragem de ser um exercício constante de questionamento e estranhamento diante da complexidade do mundo contemporâneo não é só uma questão de responsabilidade profissional, mas um dever moral e ético.
Para além deste compromisso com nós mesmos e com o público, o que baliza a linha editorial e os valores compartilhados por todos os envolvidos neste site é a defesa do Estado democrático e laico, dos direitos individuais, da cidadania, da diversidade sexual e cultural, da pluralidade de ideias e da tolerância.
Este site não se concretizaria sem a valiosa adesão dos vários jornalistas e colaboradores que, com textos e imagens, contribuem com Ermira. É importante destacar, no entanto, duas parcerias fundamentais para a execução e o lançamento deste projeto. A equipe da AMPLI Comunicação – encabeçada pelos irmãos Richard Belle Branco e Douglas Belle e pela renomada jornalista Deire Assis – apostou desde o primeiro momento no potencial desta proposta e ofereceu toda a consultoria para o desenvolvimento de uma comunicação multiplataforma para o projeto Ermira.
Já o designer Fábio Salazar foi responsável pela identidade visual do projeto – a logo em forma de trança que alude à personagem do Carmo e o elemento gráfico no formato de redemoinho que aparece ao final dos textos –, além de ter realizado uma pesquisa aprofundada da paleta de cores e das fontes usadas no site. À AMPLI Comunicação e a Fábio Salazar, pela extrema competência e dedicação com que desenvolveram esses trabalhos, pelo profissionalismo e, acima de tudo, pela imensa generosidade, nossos profundos agradecimentos.
Também agradecemos ao Edson Wander, que colaborou inicialmente com esse projeto.
Rogério Borges e Rosângela Chaves
Os editores
As colunas de Ermira
Confira a seguir as colunas que estreiam em Ermira, cujos títulos foram inspirados no linguajar popular e erudito do universo de Carmo Bernardes e de outras fontes da cultura, e os temas que elas vão tratar.
ABOIOS: música (o nome remete ao canto dos vaqueiros enquanto tocam a boiada)
ARLEQUIM: artes cênicas (Arlequim é um dos personagens da commedia dell’arte, o teatro popular italiano encenado por companhias itinerantes que percorriam o país)
ARRANCA-TOCO: crônicas de esporte (o título remete à expressão “arranca-toco, quebra-canela”, muito usada no futebol de várzea)
BALAIO: coluna de notas assinada por Edson Wander
CHAPADÃO: assuntos variados, a perder de vista
CHISPAS: humor e charges
DEDINHO DE PROSA: entrevistas exclusivas a Ermira
ESPECIAL: reportagens especiais
ESPIRAIS: crônicas exclusivas
ERRÂNCIAS: relatos de viajantes
FLORAÇÕES: espaço de publicação para textos inéditos (poemas, contos e trechos de romance), além de traduções
GOIANADA: perfis de personalidades nascidas em Goiás ou que adotaram o Estado como lugar de residência
LUZERNA: vídeos experimentais e sobre o universo cultural (luzerna é sinônimo de clarão. Em Jurubatuba, Carmo Bernardes usa o termo para se referir ao brilho do olhar dos animais, à noite, quando iluminados por luz artificial)
MARGEM: coluna assinada por Rogério Borges
MARIA FAZ ANGU: gastronomia antigourmetização (o título foi retirado da trovinha popular: “João corta pau/ Maria faz angu/ Tereza põe a mesa/ Para a festa do tatu”)
MIRADAS: coluna assinada por Rosângela Chaves
MATUTAÇÕES: ensaios (segundo o Dicionário Houaiss, “matutar” é pensar demoradamente sobre algo; meditar, refletir)
MULHERZINHAS: perfis de mulheres, reais ou fictícias (em referência ao título da edição brasileira do romance Little Women, de L.M. Alcott, clássico da literatura norte-americana)
NO GOIÁS: ensaios fotográficos
NONADA: arbitrariedades sobre arte e cinema, memórias sentimentais de leitura literária, exercícios de uma feminista aprendiz. Assinada por Tarsilla Couto de Brito.
POMAR: Nome remete ao lugar onde frutifica-se tudo. Basta cultivar bem
RUPESTRE: artes plásticas
TABELINHA: aquela listinha que você ignora, mas existe
TERRA DO SOL: audiovisual (homenagem ao clássico Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha)
TRAÇO: cartuns e charges, de autoria do designer e professor da PUC Goiás Cláudio Aleixo.
VEREDAS: literatura (homenagem ao clássico Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa)
Expediente
Edição executiva
Rogério Borges
Rosângela ChavesDesigner
Fábio SalazarConsultoria em Comunicação Multiplataforma
AMPLI Comunicação