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Foto: Weimer Carvalho/O Popular
Foto: Weimer Carvalho/O Popular
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Luís Araujo Pereira em Florações Professor e escritor | Publicado em 1 de novembro de 2018

Luís Araujo Pereira
Professor e escritor
01/11/2018 em Florações

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Cinco poemas de Carlos Fernando Filgueiras de Magalhães

[Curadoria de Luís Araujo Pereira]

 

[1]

1.1 [ferreiro]  ̶  forja

1. assim se pesa a mão que bate

               (ou se bastasse)

      na soldagem, a serventia.

                malha a corja

                       e forja

              o malho amolda

                       e solda.

2. assim se mede a mão que firma

                (ou se formasse)

          na linguagem, a ideologia.

                     atina a tenaz

                           e tine.

                     a forja freme

                         e inflama.

3. assim retesa a mão que funde

                (ou se findasse)

           na ferragem, a vilania.

                      vinga a viga

                          e verga.

                       o ferro finca

                            e fere

•••

 

[2]

presente

um cavalo voando em nuvem plena

uma rosa azul tão sem cultivo

uma estrela recolhida dos telhados

um rio rompendo seu sentido

uma chuva caindo em contradança

um perfume de coisa sem memória

um vento peregrino sem destino

meu coração exposto em tua mão

 

                                                   tudo isto em vão

•••

 

[3]

sombras chinesas

na mancha da tinta

as letras deixam

um rastro indistinto

 

nas dobras do papel

as sobras

se iluminam

 

insone

a saudade

vela

•••

 

[4]

reprise

as formas com que Eros

me engana

a máscara múltipla

ali circunscrita

me reclama

 

aquelas normas

eu as incendeio

e ainda assim

só resta

o que odeio

 

mas só fica esta aura

ali sentida

suspensa

entre a maneira

que vejo

e invejo

o riso que fica

entre o marcado

e o inacabado

•••

 

[5]

indícios

a substância do vento

a só passagem

da aragem.

 

o brilho breve da água

o movimento da vaga

selvagem.

 

o nome solto na terra

a leve folha que pousa

nesta lousa

secular.

 

a ambivalência da sombra

a espera impaciente

de sua tocaia

inclemente.

Perfil

Carlos Fernando Filgueiras de Magalhães nasceu em Paratinga (BA) em 17 de outubro de 1940 e foi assassinado em Goiânia no dia 3 de novembro de 2009. Formado em Medicina pela Universidade Federal de Goiás (UFG), especializou-se em cirurgia geral e terapia intensiva. Foi poeta, ficcionista, dramaturgo, desenhista, ator, crítico de literatura, artes plásticas e cinema. Dedicou-se também à pesquisa histórica. No que se refere a suas pesquisas a respeito da história das artes em Goiás, deixou cinco volumes inéditos sobre artes regionais nos séculos XVIII, XIX e XX. Foi fundador dos grupos Teatro Varanda e  Teatro Experimental, este último vinculado à UFG. De 1985 a 1998, esteve à frente da Coordenação Cultural da UFG. Foi um dos instauradores da Poesia Praxis em Goiás, membro do Conselho Estadual de Cultura e ocupou a cadeira n° 48 do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás. Recebeu o Troféu Tiokô, pelo livro de teatro Jogo dos Reis, concedido pela União Brasileira de Escritores – Seção Goiás, o Troféu Jaburu,  homenagem do Conselho Estadual de Cultura,  e, em 2000, foi agraciado com o Prêmio Jorge de Lima, da Academia Carioca de Letras, pelo livro de poemas X. Recebeu ainda distinções de entidades da área médica por sua atuação como pesquisador. No campo da historiografia, publicou História da Irmandade do Santíssimo Sacramento, da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, do Arraial de Meia Ponte, da Capitania de Goiás, entre os anos de 1757 e 1774 (1992) e O Cometa [Comédia em um Ato], de Joaquim Sebastião de Bastos (2007). Deixou inacabada uma biografia do Mestre Guarany, um dos maiores escultores de carrancas do Rio São Francisco. Escreveu ainda os seguintes livros, entre prosa, teatro e poesia: Matéria-Prima (poemas, 1968), Via Viagem (romance, 1970), Daniel (contos, 1976), O Jogo dos Reis (teatro, 1974), Lampião (texto de ópera popular, 1984), Eros (poemas, 1986), Quarks (poemas, 1994), X (poemas, 2000). Em prefácio ao livro Quarks, Darcy França Denófrio considera que Carlos Fernando “alcança ‘o máximo do mínimo’” em sua tessitura lírica. Em seguida, afirma: “E ele tem consciência disto, revelada no próprio título metafórico-metalinguístico da obra: sabe que chegou à menor partícula de expressão poética. Este ‘máximo do mínimo’ se reveste aqui daquele sentido ambíguo da poesia: significa que não é possível uma contenção lírica menor do que um quark poético. Mas Carlos Fernando atinge ‘o máximo do mínimo’ (ou o máximo no mínimo) também porque, com esse mínimo, atinge o máximo de revelação: um fulgor instantâneo semelhante àquele de uma estrela cadente que risca o céu”.

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    por Rosângela Chaves em Dedo de prosa

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    por Luís Araujo Pereira em Florações

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    por Luís Araujo Pereira em Espirais

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4 comentários em “Cinco poemas de Carlos Fernando Filgueiras de Magalhães”

  1. Gilberto Franco Teixeira disse:
    15 de dezembro de 2019 às 16:46

    Meuamigo pessoal, foi também militante ativo na política estudantil. Uma das mais brilhantes inteligências que conheci.

    Responder
  2. Jorge serra disse:
    17 de dezembro de 2019 às 06:52

    Boa lembrança trazer a publicação destes poemas do Saudoso amigo Carlos Fernando grande figura incansável defensor da cultura. Tive de beber da fonte do seus ensinamentos que balizaram a minha trajetória de vida. Aqui em Paratinga sua terra natal está praticamente esquecido .uma pena que este que fez tanto para a nossa história seja relegado ao esquecimento.

    Responder
  3. Alessandro de Magalhães Arantes disse:
    17 de dezembro de 2019 às 14:24

    Café, como era chamado pelos amigos e Tio Nando, chamado por nós, seus sobrinhos, foi também, um pessoa iluminada e muito querida. Sua postura e trajetória nos orgulha e sempre será lembrada no casarão e nas ruas de Paraitinga. Obrigado, Tio Nando, pela alegria da sua companhia.

    Responder
  4. Irma Liria F.Queiroz disse:
    17 de maio de 2020 às 10:11

    Adorei o repertório poético,e gostaria de vasculhar mais seus livros.

    Responder

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