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Foto: Lu Barcelos
Foto: Lu Barcelos
Foto: Lu Barcelos

Rosângela Chaves em Dedo de prosa Jornalista e professora | Publicado em 18 de maio de 2021

Rosângela Chaves
Jornalista e professora
18/05/2021 em Dedo de prosa

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“Existir, para mim, é resistir”

Multiartista, com incursões pela dança e pelo teatro, além de educadora, Beta M. X. Reis estreia na poesia com o livro Dezessete, que sai com o selo da Nega Lilu Editora. Nascida em Brasília em 1988, mas “goiana de criação”, Beta é graduada em Ciências Sociais pela UnB e mestre em Antropologia pela UFG. Confira a seguir a entrevista que a autora concedeu por e-mail a Ermira Cultura, na qual discorre sobre o seu fazer poético.

Na nota biográfica ao final do livro, você se apresenta como “Beta M. X. Reis […], uma pessoa não binária que, por sua vida, sabe que não é exatamente homem nem mulher”. Como essa ambiguidade se expressa em sua poesia?

A ambiguidade, ou este estar no entre, e no trânsito, diz respeito a muito de minha poética. É se saber nem lá nem cá, é se saber não aceita de diversos modos, é se sentir à margem. As formas de se sentir e de pertencer, certamente, foram impactando muito  minha escrita. Acho que minhas buscas por me conectar evidenciam estes aspectos. 

O poema do qual é retirado o título do livro, “Poema dezessete [Novo documento de texto (7)]”, tem uma passagem em que o eu lírico declara: “e digam que dezessete é / uma pistola / apontada / na minha cara”, em uma clara referência à campanha do atual ocupante do Palácio do Planalto, com seu discurso homofóbico, misógino e racista. Mas, ao mesmo tempo, o número 17 aparece no poema associado  às ideias de sonho, de liberdade, de diversidade (“em dezessete caminhos / em dezessete milhões de caminhos, em dezessete bilhões, eras / o arco-íris: dezessete cores”). O fazer poético para você significa também uma forma de resistência e, mais do que isso, de combate?

O fazer poético, para mim, é uma forma de existir. E existir, no meu caso, tem tudo a ver com resistir. Então, [às] vezes é combate, [às] vezes é se resguardar, também. É, principalmente, [uma] forma de tentar criar novas relações de mundos possíveis, através de gozo e dor. Lispector disse, eu ecoo: “viver, apesar de”.

No poema “não”, você escreve que “o lugar dos livros é no chão/ livros-tapeçaria / livros para que pisemo-los firmes e firmes / possamos seguir e saltar poças”. A poesia representa para você essa ideia que esses versos sugerem, um solo em que podemos nos apoiar, ou por vezes ela pode ser também um terreno movediço?

Há momentos que esse solo se abre e a gente cai. Também acontece de o pé ficar preso ali. Acho que às vezes é necessário chutar pedras também, longe. O solo sempre vai estar ali, né? Dá pra crescer para além, dá pra escavar. Acho que a poesia pra mim vai representando isso tudo, e coisas que se escapam daqui dessas palavras, também. Principalmente as que escapam.

Você deixa marcadas ao longo do livro as suas muitas referências, que vão desde poetas como Emily Dickinson e Augusto de Campos, passando por filósofos como Sartre e Foucault, a nomes da cultura pop como o grupo BaianaSystem e até mesmo Valesca Popozuda. Como essa diversidade se processa na sua escrita?

Gosto de usar a palavra “atravessamentos”. São coisas variadas do mundo que vêm e me mexem, né? Que mexem com todas, dos mais diversos modos. Então, são matérias a serem reelaboradas também, refeitas, nestes diálogos, contra, a favor, que seja. Vivemos rodeadas de entes variados. A gente se inscreve em rede, e escreve assim. Acho importante tentar perceber isso com nitidez. Então se me veio, e acho que tem que estar ali em texto, entra diretamente. Às vezes me vem, e eu jogo para vários lados, e daí nem se sabe que semente era aquela. Como se de uma semente de roseira nascesse, sei lá, um pequizeiro.

“A poesia é tudo o que faço. Com palavras ou não”

Como multiartista, você tem projetos que levem a poesia ao encontro de outras formas de expressão?

Acredito que a poesia perpasse minhas formas de expressão artística. Em especial, quando trabalho a performance-arte. Isso vale tanto para quando uso palavras, mas também quando uso outras formas. Tenho lá meus sonhos de um dia parir um texto teatral, e viver essa encenação também. Em imagens, sinto que entendo que deslocar é meu motor. Ou seja: a poesia é deslocar, é procedimento alquímico (parafraseio Octávio Paz), e a poesia é tudo que faço. Com palavras ou não. Especialmente quando elas escapam.

Livro: Dezessete

Autora: Beta M. X. Reis

Editora: Nega Lilu

Páginas: 200

Preço: R$ 30

Mais informações: negalilu.com.br

Tag's: Beta M. X. Reis, Dezessete, Nega Lilu, poesia, poesia goiana

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