• Sobre Ermira
  • Colunas
    • Aboios
    • Arlequim
    • Arranca-toco
    • Chapadão
    • Chispas
    • Dedo de prosa
    • Errâncias
    • Especial
    • Espirais
    • Florações
    • Margem
    • Maria faz angu
    • Matutações
    • Miradas
    • Mulherzinhas
    • Projeto Ensaios
    • NoNaDa
    • Pomar
    • Rupestre
    • Tabelinha
    • Terra do sol
    • Veredas
  • Contribua
  • Colunistas
  • Contato
  • Instagram
  • Facebook
  • YouTube
  • Twitter

ERMIRA

  • Instagram
  • Facebook
  • YouTube
  • Twitter
  • Sobre Ermira
  • Colunas
    • Aboios
    • Arlequim
    • Arranca-toco
    • Chapadão
    • Chispas
    • Dedo de prosa
    • Errâncias
    • Especial
    • Espirais
    • Florações
    • Margem
    • Maria faz angu
    • Matutações
    • Miradas
    • Mulherzinhas
    • Projeto Ensaios
    • NoNaDa
    • Pomar
    • Rupestre
    • Tabelinha
    • Terra do sol
    • Veredas
  • Contribua
  • Colunistas
  • Contato
Foto: Lu Barcelos/Chocolate Fotografias
Foto: Lu Barcelos/Chocolate Fotografias
Foto: Lu Barcelos/Chocolate Fotografias

Luís Araujo Pereira em Florações Professor e escritor | Publicado em 22 de agosto de 2021

Luís Araujo Pereira
Professor e escritor
22/08/2021 em Florações

  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Google +
  • Compartilhar no WhatsApp
← Voltar

Cinco poemas de Rosa das Neves

[Curadoria de Luís Araujo Pereira]

[1]

amigo secreto, querido amigo secreto

amigo secreto, querido amigo secreto

não conto a ninguém se não a você

querido amigo

de outros carnavais e fantasias, querido

amigo que nunca vi

seu rosto pisa no impisável da minha nuvem

me diga amigo aí do alto

quando é que chove

estou destelhado, quando é querido

amigo secreto

que vai chover nesses olhos tão secos

movediços?

• • •


[2]

{b}

coisinha, não danço, deslizo nos salões

do seu imaginário

deslizo apenas por imaginação

um ponto na cabeça, sonho sem hora

sonho sem riso

(as horas somos nós ou foi apenas quereres?)

quebraram o relógio que rodava nessa parede

você viu, coisinha?

me sento nas escadarias da minha mente

e choro

vou abrir meu coração e colocar em um poema

isso talvez baste

sou menino demais para um mundo tão velho

aqui os sapos pescam o ar

coisinha

e o sorvete congelou minha cabeça

se derretem minhas palavras na sua boca confusa

essa boca já nem fala

ela difusa

• • •


[3]

meu melodrama: bossa nova

meu melodrama: bossa nova

esta semana parece que tudo vai cair ao meu redor

estou na mesma há três anos e alguns meses

agora


penso muita coisa indecente

quando me deixam sozinho

com as horas


apenas alguns corpos me separam de um suicídio

minha mãe chorou no aniversário passado

com um poema meu


alguns amigos estão procurando emprego

um deles foi buscar meu cigarro

na cozinha


enquanto um pássaro feioso cresce dez metros

dentro do peito

ouço a queda dos primeiros aviões de papel

• • •


[4]

ensaiamos nosso romance, sempre pensei

ensaiamos nosso romance, sempre pensei

que fosse mais fácil assim, que iríamos

desvendar o sexo dos gregos e

depois dos beijos, penetraríamos

este templo


mas me enganei, dificultando tudo, me senti

mais vulgar, mais fútil: de vazio, de mentira

de  medo

por vezes me encontrei mais distante de mim

e mais perto de você, amor

e o que resta agora, os restos?


ainda posso te escrever até a porta

de saída, sem me queixar

na maioria das noites não tenho o que prometer

na maioria das despedidas não tenho

o que deixar

• • •


[5]

busco nas cenas de novembro

busco nas cenas de novembro

o rosto dela que irrompe

e o amor, esta farpa

ela dizia – está uma ótima noite

para colecionar pessoas


e enquanto eu pensava

se caberia nesta coleção

ela tricotava passes de balé

os olhos pairavam

pairavam

até se chocarem com os meus

me segurava para não cair


o coração

já tinha desabado faz tempo

e ela me tinha

impossível

como um equilíbrio sombrio

no meio-fio

Jheferson Rosa das Neves nasceu em Santa Rosa de Goiás no dia 16 de maio de 1998. Suas atividades como escritor têm início em 2016. É estudante de Letras no IFG, curso de licenciatura. Integra o Coletivo Fiasco, de experimentação literária, desde 2017. É também colaborador do Coletivo Goiânia Clandestina e do Coletivo e/ou. Tem poemas publicados na antologia O olhar inaudível (2019, prosa) e nos dois volumes da Antologia Clandestina (2017, 2021, poesia). É autor do e-book Dança comigo enquanto eles dormem (2010, poesia), lançado pelo selo Fiasco. Em 2021, pela editora Nega Lilu, publicou o seu primeiro livro de poemas Avião de papel (2021), no selo Naduk, do qual foram selecionados os poemas publicados nesta coluna.

Tag's: Avião de papel, literatura goiana, poesia, poesia goiana, Rosa das Neves

  • “A morte não deveria ser um espetáculo em nenhuma circunstância”

    por Rosângela Chaves em Dedo de prosa

  • Cinco poemas de Laura Pugno

    por Luís Araujo Pereira em Florações

  • Certo bar

    por Luís Araujo Pereira em Espirais

  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Google +
  • Compartilhar no WhatsApp

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Deixe um comentário (cancelar resposta)

O seu endereço de e-mail não será publicado. Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

ERMIRA
  • Instagram
  • Facebook
  • YouTube
  • Twitter