Novela de sucesso em 1979, Pai Herói está de novo em cartaz, desta vez no canal fechado Viva. Confira algumas curiosidades deste que foi um dos folhetins de maior audiência da história da Rede Globo
A primeira de Paulo Autran
Ator de no teatro desde o final dos anos 1940 e criador do histórico Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), Paulo Autran resistiu muito a ingressar na TV. Mesmo com colegas como Fernanda Montenegro, Sérgio Brito e Tônia Carrero já terem se deixado conquistar pela telinha, Autran mantinha-se fiel aos seus personagens nos palcos, tendo também enveredado pelo Cinema Novo e pelas produções da Vera Cruz. Só havia feito esporádicos teleteatros na extinta TV Tupi. Sua novela de estreia foi Pai Herói, em que vivia um vilão com sotaque italiano. Deu um show, para variar.
Mais uma de Janete Clair
Dama da teledramaturgia brasileira e responsável por uma verdadeira revolução no gênero com a antológica Irmãos Coragem, em 1970, Janete Clair tornou-se a principal novelista nacional. Em Pai Herói, ela apostou numa história clássica para esse tipo de folhetim, com heróis e vilões muito bem delineados, em que um jovem busca redimir a memória de seu pai. Janete Clair fazia tanto sucesso junto ao público e era tão requisitada que chegou a escrever duas novelas seguidas para o mesmo horário. O baú de ideias de Clair parecia nunca se esgotar.
Surge Fábio Jr.
Quando o tema de abertura da novela soou nos televisores com tubo de imagem dos brasileiros, um ídolo surgia. Com a canção Pai, feita especialmente para a produção global, Fábio Jr. recebia sua senha para o sucesso. A música caiu no gosto do público e passou a ser entoada por milhões de pessoas quase instantaneamente. O tom dramático da interpretação e a singeleza da letra conquistaram os telespectadores. Naquela época, os antigos LPs com a trilha sonora das novelas era um filão e tanto e este vendeu horrores. Graças ao novo ídolo da música romântica.
Laços de família
A novela tinha como mote principal as conturbadas relações familiares entre os personagens, mas poucas pessoas percebiam e sabem até hoje que havia outros vínculos de parentesco envolvidos. O personagem Pietro Baldaracci, que fazia o pai do vilão Bruno (Paulo Autran), foi interpretado pelo ator italiano radicado no Brasil Manfredo Colasanti (foto), que vem a ser pai da escritora Marina Colasanti. Já Gilda Baldaracci, mulher de Bruno e mãe do mocinho André Cajarana (Tony Ramos), foi vivida pela atriz Maria Fernanda, que é filha da também escritora Cecília Meireles.
Matar as saudades
Infelizmente muitos dos astros e estrelas que estiveram no elenco de Pai Herói já não estão mais conosco. Assistir à novela, portanto, também é uma oportunidade de rever atores e atrizes que deixaram saudades. Além do próprio Paulo Autran, que só fez três novelas em toda a sua extensa carreira, também estão na produção os atores Carlos Zara (um outro vilão da trama) (foto), Cláudio Cavalcanti (que interpreta um homem ingênuo) e Dionísio Azevedo (pai da protagonista Ana Preta, vivida por Glória Menezes). Na novela também atuava a dama do teatro Lélia Abramo e a pioneira da TV Yara Lins.