Depois de ter publicado um importante estudo sobre o conceito de ressentimento na obra de Nietzsche (Nietzsche e o Ressentimento, Ed. Humanitas, 2015), o professor Antonio Edmilson Paschoal, do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), se dedica agora a explorar um outro aspecto na obra do filósofo alemão: o uso de personagens fictícias, incluindo a dele próprio, como parte da sua estratégia de escrita filosófica. Foi este o tema que o pesquisador abordou em sua conferência Ficcional, Demasiado Ficcional, ministrada no II Colóquio Internacional Nietzsche no Cerrado, realizado no início de setembro, na UFG. Doutor em Filosofia pela Unicamp e com pós-doutorados nas universidades de Leipzig e de Greifswald, na Alemanha, Antonio Edmilson Paschoal é também autor de Nietzsche e a Auto-superação da Moral (2009) e A Genealogia de Nietzsche (2005). Na conversa a seguir com a reportagem de ERMIRA, ele falou sobre o emprego dos recursos da ficção e o conceito de ressentimento na obra de Nietzsche, entre outros tópicos relacionados ao pensamento do filósofo alemão. Confira.
O senhor denominou sua palestra como Ficcional, Demasiado Ficcional, um evidente trocadilho com a obra Humano, Demasiado Humano, de Nietzsche. Qual foi sua intenção ao optar por esse título? O humano representaria uma ficção?
A ideia de uma provocação tem, nesse caso, duas instâncias. A primeira é a ideia de fato de Humano, Demasiado Humano, que tem um caráter de oposição ao que seria a metafísica, a filosofia tradicional, aquilo que se tem como moral, como conhecimento, como valores, que na tradição se tem como algo para além do humano e que Nietzsche está tentando mostrar, através do uso da ciência, das estratégias que ele adota nesse período, que são coisas demasiado humanas, muito humanas. Em alemão, Menschliches, Allzumenschliches, quer dizer, isso é muito humano, isso são coisas humanas, essas ideias que foram tomadas como sendo perenes, que fundamentavam a moral. Então, o primeiro passo é esse, há uma espécie de rompimento com uma tradição metafísica. Com a ficção, eu estou pensando em um rompimento que possa dar um passo adiante. É claro que esse passo adiante é uma provocação e uma interpretação. A partir de Humano, Demasiado Humano, começa a aparecer dentro da obra de Nietzsche a figura “Nietzsche”. Indiretamente, no texto de Humano, Demasiado Humano, de 1878, mas de forma bem acentuada no prefácio [à obra] que foi feito depois, de 1886. Nesse prefácio, começa a aparecer então a figura de Nietzsche.
A gente poderia pensar como um Nietzsche personagem de si próprio?
Exatamente. E é exatamente nesse sentido que vem minha questão. Aquela figura que aparece dentro do texto, ela não poderia ser pensada como o filho da dona Francisca [a mãe de Nietzsche chamava-se Franziska Oehler], sentado atrás da mesa, convalescendo e, porque recuperou a saúde, produz uma obra. Ou seja, no momento em que Nietzsche, não no prefácio do Humano, mas no prefácio da Gaia Ciência, nomeia esse personagem como “senhor Nietzsche”, esse senhor Nietzsche passa a cumprir um papel dentro da literatura, dentro do texto. Então, o senhor Nietzsche que está ali tem de ser lido como um personagem. [O mesmo ocorre] em relação ao dr. Rée [Paul Rée, escritor e filósofo], que era amigo de Nietzsche. As primeiras seções de Humano, Demasiado Humano são de certa maneira dedicadas a Paul Rée. Na realidade, o Paul Rée que aparece ali é uma forma de expressão de Nietzsche. Na verdade, é um ensaio de um modo como Nietzsche vai passar a usar personagens e figuras dentro do texto, incluindo a figura do próprio Nietzsche.
Dentro da história da filosofia, outros filósofos também se colocaram como personagens de sua própria obra, como Santo Agostinho, nas suas Confissões, e Rousseau, nas suas Confissões também. Em que medida o que Nietzsche faz se difere dessas outras experiências e em que medida representa algo inovador na escrita filosófica?
O personagem que mais atrai Nietzsche é o Sócrates de Platão. Platão não se coloca dentro do próprio texto, mas cria um personagem. Pensando nessa questão dos personagens, há, por exemplo, a figura do Zaratustra em Assim Falou Zaratustra, por meio da qual Nietzsche expõe parte ou uma grande parte do seu pensamento. Zaratustra cumpre um papel dentro do texto de Nietzsche parecida com a de Sócrates no texto de Platão, como uma espécie de linguagem, de forma de expressão. Mas, de um certo modo, Zaratustra tem uma certa característica que é diferente da característica do sr. Nietzsche, diferente da característica de Paul Rée, diferente da característica de outros personagens que vão aparecendo. A figura do sr. Nietzsche, por exemplo, não é daquele que está, como se fosse alguém de fora, coordenando todos esses personagens, mas é um personagem que se constrói dentro do texto. Então, a leitura dessa figura tem de ser lida considerando-a dentro do texto. E o papel que ela tem dentro do texto.
O senhor falou de Platão, mas Nietzsche também era leitor de romancistas, era um grande leitor de Dostoiévski, por exemplo. Essa escrita ficcional dos autores que ele leu de certa forma o influenciou?
Nietzsche gosta muito do texto de Dostoiévski, que são as Memórias do Subsolo. Nesse livro, há o personagem do monólogo, todo o livro é um monólogo, que vai falando. Mas quando chega em determinados momentos extremos, por exemplo, quando ele vai descrever o subsolo como um visgo, quando ele mergulha de vez no subsolo, já não está mais falando dele, está falando de um outro personagem. Ele fala que um “camundongo da consciência hipertrofiada” reagiria assim. É interessante o limite do personagem. Quer dizer, o personagem tem limites dentro do texto, ele não pode extrapolar, ele não pode ir para além daquilo. Você passa a ter uma espécie de composição de personagens. Nesse sentido, minha questão é a seguinte: eu não estou agora com o meu trabalho preocupado em dizer se o Nietzsche [do texto] é o filho da dona Francisca que tem essas características. Provavelmente não. Provavelmente ele tem mais o traço de uma caricatura. Dentro do texto, a figura Nietzsche que aparece é parte da estratégia da escrita e para produzir um determinado pensamento.
Nietzsche foi um filósofo que implodiu a noção do eu. É o que ele faz na sua escrita?
Nietzsche foi um crítico da filosofia cartesiana, da filosofia do sujeito, da filosofia do “eu penso”. Em Além do Bem e do Mal, está lá, na seção 16, com todas as letras, o desmonte da filosofia cartesiana. Isso não o impede, no entanto, de ensaiar com certas coisas que a princípio ele recusa. Na verdade, a ideia de uma recusa sistemática é que o que você, especialmente quando se trata de modos de escrita, não tem em Nietzsche. Platão está no horizonte crítico de Nietzsche de uma forma bem clara. Desde os primeiros textos. Mas, ao escrever o Zaratustra, é óbvio que ele está olhando como Platão escreve o Sócrates. Isto é, há um personagem e se expõe sua filosofia por um personagem. Se você tomar, por exemplo, a escrita em primeira pessoa, ela é típica de Descartes. No Discurso do Método, especialmente nas Meditações, [há] essa construção do texto na primeira pessoa do singular. E quando Nietzsche escreve na primeira pessoa do singular, não dá para negar que tem, no mínimo, um certo tributo a Descartes. O prefácio inicial de Humano, Demasiado Humano era uma passagem do Discurso do Método. Então, em vários momentos, há uma relação no mínimo dúbia de Nietzsche com Descartes. Há uma crítica e de fato não vai ter uma ideia de sujeito, aquele sujeito agente, o sujeito do conhecimento, o sujeito como fundamento da filosofia, ou então o sujeito kantiano também, que é um sujeito livre para decidir etc. Essas ideias, em Nietzsche, você não tem. Mas isso não impede que se fale, em Nietzsche, de um sujeito, quer dizer, do uso estratégico da ideia de sujeito dentro do texto. Por exemplo, quando ele encena um sujeito. Aí se entra no universo do teatro, da literatura. Quer dizer, você tem um sujeito encenado. E é um sujeito egocêntrico, se você observar, quando Nietzsche está falando dele mesmo, ele é extremamente egocêntrico, autorreferencial, que se coloca em primeira pessoa. É tudo aquilo que você não esperaria de um autor que está dizendo que o sujeito é uma ficção, uma invenção, uma invenção moderna.
Dá para perceber que isso é feito de uma forma deliberada?
O deliberado em Nietzsche é muito interessante. O texto de Nietzsche que é mais autobiográfico, mais autorreferencial, que ele encena a si mesmo, é o Ecce Homo. Dê uma olhada nos títulos do Ecce Homo: “Porque sou tão inteligente”, “Por que sou tão sábio”, “Porque escrevo tão bons livros”, “Porque sou um destino”. Quer dizer, não são títulos que devem ser levados a sério, naquele sentido do sério como se fosse proposição de verdade.
Na verdade, são provocações.
São provocações. Exatamente. Então, você tem de considerar a estratégia de um texto em que ele diz que está falando dele para ele mesmo, inclusive no prefácio ele fala: “assim eu me conto a minha vida”. Você tem o contar a própria vida como uma estratégia. No texto do Ecce Homo, ele vai dizer que, com ele, se tem uma transvaloração dos valores, que, apesar de ser um decadente, ele supera a decadência. Você poderia tomar então o Nietzsche no Ecce Homo como resposta à pergunta de como alguém supera a modernidade. A figura de Nietzsche que está no Ecce Homo está respondendo a isso. Agora, dizer que isso seria o filho da dona Francisca que não consegue vender seus livros etc. etc., isso eu já não consigo dizer. Mas aquele personagem que está ali dentro, aquele Nietzsche que está dentro do texto, ele sim supera o ressentimento, ele sim consegue pensar os detalhes da vida, ele sim consegue extrair uma obra a partir das suas doenças.
Seria como as diversas possibilidades de experimentação do ser humano.
Só que ao invés de você falar em um ser humano, em geral, você tem ali um caso. O caso Nietzsche. Você tem um modelo exemplar do qual se pode extrair não só de uma doença individual um produto que é uma obra, as obras filosóficas dele, mas extrair da modernidade o contrário dela. Você extrai, de uma décadence, um tipo humano que supera a décadence. Não vou dizer que essa seja a única forma de se ler Ecce Homo. Mas é uma forma de entender Ecce Homo dentro do conjunto da obra de Nietzsche. É assim que eu vejo o modo como ele lança mão desses textos autorreferenciais, autobiográficos, lá atrás. Isto é, você tem uma construção de um personagem que cumpre papéis dentro do texto. Neste caso do Ecce Homo, o papel é esse.
Mudando um pouco de tema, o senhor lançou um livro em 2015 que trata do ressentimento no pensamento de Nietzsche. Como Nietzsche tematiza o ressentimento em sua obra?
Com o tema do ressentimento, nós saímos da literatura para a psicologia. De como se escreve um texto filosófico para o conteúdo de um texto filosófico. O tema do ressentimento é um tema curioso em Nietzsche. De certa maneira, é um tema tabu para Nietzsche durante quase toda a vida dele. Se você considerar, por exemplo, que ele usa o termo em 1876, na verdade ele lê o termo no livro de Dühring [Eugen Dühring, filósofo e economista alemão, autor de O valor da vida] e faz um comentário grande. Nesse livro, Dühring tem uma tese sobre o ressentimento e Nietzsche comenta essa tese. Depois, Nietzsche não volta a usar o termo. Mesmo quando ele faz uma referência indireta ao Dühring, ele não fala, não usa o termo. Por exemplo, em Zaratustra, tem uma seção intitulada Das Tarântulas. Aquela seção, segundo Aldo Venturelli [importante estudioso italiano da obra de Nietzsche], é dirigida a Dühring, àquela ideia da vingança, da justiça pensada como vingança, o veneno da tarântula é a vingança. A vingança que penetra no corpo, que envenena a pessoa. Com isso, eu estou dizendo que ele não toca no tema do ressentimento mesmo nessas passagens. E curiosamente, em 1887, o termo aparece 28 vezes na Genealogia da Moral. E ganha uma importância muito grande na argumentação da Genealogia da Moral. O que você pode concluir disso? Que tem alguma novidade. Talvez a principal novidade − voltamos aos russos − seja a leitura de Dostoiévski.
Mas aí já se volta para a literatura.
Mas nesse caso, para Nietzsche, Dostoiévski é um psicólogo. Apesar de que você tem um modo de escrita também, na primeira dissertação, que é um tanto tributário a Dostoiévski. Por exemplo, se se compara o capítulo 3, da primeira parte das Memórias do Subsolo, e a seção 10, da Genealogia da Moral, o parentesco é muito grande. A estratégia da escrita por oposição. Dostoiévski fala do homem, da natureza e da verdade como uma espécie de contraponto a esse camundongo que eu mencionei, este da consciência hipertrofiada. É interessante que, quando você lança mão de um personagem extremo, por um lado, você consegue apresentar melhor o outro, do outro lado. Dostoiévski faz isso. E Nietzsche usa também a estratégia do forte e do fraco, ou então do nobre e do escravo, do nobre e do plebeu. Nesse vaivém, é muito parecido com a estratégia do Dostoiévski.
Nietzsche pensa o ressentimento também com metáforas orgânicas, como algo que se está remoendo dentro de si, envenenando a si próprio.
Na Genealogia, tem-se a presença do conceito de ressentimento com pelo menos dois significados diferentes. Duas influências. Há uma influência de Dühring. Aquela metáfora que aparece na terceira dissertação, que mesmo uma rã da qual se corta a cabeça e na qual se joga um ácido, ela ainda vai reagir. Aquela metáfora é de Dühring. O ressentimento para Dühring é uma reação mecânica. Que vai acontecer quando se tem uma agressão. Mas se você tomar a primeira dissertação, a ideia de ressentimento que tem ali, há também uma metáfora com o corpo, com o biológico, mas ela diz respeito ao aparelho digestivo. O ressentimento é uma indigestão psíquica. Ele não é tanto uma reação de alguém que foi agredido, mas corresponderia a alguém que foi agredido e não pode reagir. Não pode reagir e interiorizou o veneno daquela não reação. Não conseguiu digerir. Essa ideia da não digestão e essa não digestão produzindo um mundo interior é exatamente o que se vai encontrar em Dostoiévski, quando fala desse camundongo da consciência hipertrofiada, quando descreve o mundinho do homem do subterrâneo. Então, o ressentimento em Nietzsche tem um pouco uma carga de Dostoiévski, mas ele tem uma crítica em relação a Dostoiévski, e essa crítica vai ficar bem clara na segunda dissertação [da Genealogia da Moral]. Na primeira, se tem mais uma descrição psicológica de um envenenamento pelo próprio veneno, pelo veneno que a própria pessoa produz..
De alguém que não pode reagir e acaba voltando-se contra si mesmo.
Exatamente. Como ele não consegue reagir para fora, ele reage para dentro.
Mas o ressentimento vai tomar em Nietzsche um caráter de ação depois. Inclusive, como estratégia de poder, não é?
Ação, na verdade, é um termo capcioso. Normalmente, o contrário do homem do ressentimento é o homem de ação. Isso já é uma herança também de Dostoiévski. O homem da natureza, da verdade, em Dostoiévski, é um homem de ação. Mas o que acontece: a ação, aqui, significa uma ação imediata. Acontecendo alguma coisa, imediatamente se descarrega para fora. Este seria, se é possível falar, o ressentimento do forte, do nobre, ele seria então uma ação para fora. O homem do ressentimento é um homem que não reage. Ele inibe a ação. A pergunta é: o que seria se o próprio ressentimento se tornasse criador de valores? Se o ressentimento se torna criador de valores, ele passa a produzir valores a partir das estratégias que utiliza, quer dizer, a partir do esperar atrás da porta, a partir especialmente da sede de vingança. Que é a característica do homem do ressentimento. E é aqui que está o grande problema. Ao final da primeira dissertação da Genealogia, surge a pergunta sobre quem, afinal de contas, venceu. Qual forma de valoração venceu? A do nobre ou a do ressentimento? Aí vem a conclusão: se o ressentimento venceu é porque, de algum modo, ele foi ativo. De algum modo, ele tomou as rédeas do jogo, a estratégia dele funcionou. Então, o ressentimento, enquanto uma moral, é uma moral extremamente ativa. Extremamente produtora, em termos de domínio de poder. Ela se torna poderosa, ela se torna vencedora num determinado conflito.
Ao final do seu livro, o senhor fala que o ressentimento cada vez mais se caracteriza como um afeto dos tempos de hoje. Há saídas para superar o ressentimento?
Superar o ressentimento é uma coisa muito complicada. O ressentimento não é exatamente uma doença, ele é muito mais um sintoma de debilidade. Por exemplo, esse personagem de Dostoiévski, não é que ele esteja doente no sentido de ter algo nele que não está funcionando bem. Ele todo está debilitado. Ele tem uma fraqueza tanto para reagir quanto para digerir. Ele não consegue digerir o veneno que produz. É isso que vai criar nele um círculo vicioso e empurrá-lo cada vez mais para dentro do ressentimento. Nietzsche vai falar, no Ecce Homo, que as reações desse homem do ressentimento são nocivas para ele mesmo, isto é, ele mesmo piora as coisas para ele. Nesse sentido, o ressentimento é muito mais um sintoma de uma debilidade, de uma debilidade quase do conjunto. Para se pensar para além do ressentimento, você teria de pensar de algum modo estratégias não de focar o ressentimento, mas de pensar como poderia ter homens fortes. Que tipo de homem produzir? Que tipo de homem devo cultivar? Essa pergunta Nietzsche faz no Anticristo, essa pergunta ele faz no Além do Bem e do Mal, essa pergunta ele faz em vários momentos. Isto é: como a gente pode obter um homem forte? Obter um homem forte é obter um homem com estômago suficiente para digerir as intempéries, as coisas do seu tempo e assim por diante. Por exemplo, em alguns momentos, ele fala de coisas que parecem uma etiqueta, aquilo que poderia ser chamado de pequenas regras, de certas condutas, que aparecem por exemplo na Genealogia, no Ecce Homo, o que eu devo comer, a que horas devo dormir, o que posso beber, e assim por diante. O fio condutor para solucionar esse tipo de problema passa pelo corpo, é um tipo de investimento no corpo.
No seu livro, o senhor cita o exemplo de Nelson Mandela, em relação ao regime do Apartheid na África do Sul. É como se Mandela personificasse aquela atitude do nobre de Nietzsche, que não é a de ficar remoendo o que passou?
Sim. Uma atitude propositiva, no sentido de “vamos para frente”. Mandela traduz uma sociedade. Que mesmo sendo uma sociedade pobre, toma como ponto de partida, como princípio, não vingar. Mas superar. E para superar ela tem de ser muito grande, ela tem de ser muito forte, ela tem de ter muito poder e consciência do poder. Ela tem que ter muita saúde. Isso é uma boa pergunta: como produzir uma sociedade saudável?
A entrevista com o professor Antonio Edmilson Paschoal, da UFPR, encerra a série de conversas da reportagem de ERMIRA com importantes estudiosos da obra de Nietzsche no Brasil, gravadas durante o II Colóquio Internacional Nietzsche no Cerrado, realizado de 4 a 6 de setembro, na Faculdade de Filosofia da UFG. A primeira, com o professor Oswaldo Giacoia Jr, da Unicamp, está disponível em http://ermiracultura.com.br/2017/09/11/liberdade-vontade-e-poder/), e a segunda, com o professor Ernani Chaves, da UFPA, pode ser lida em http://ermiracultura.com.br/2017/09/18/vida-arte-e-alegria/.
Confira abaixo o registro em vídeo da conferência Ficcional, Demasiado Ficcional, que o professor Antonio Edmilson Paschoal ministrou no II Colóquio Internacional Nietzsche no Cerrado, na UFG, no início de setembro: