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Ilustração: Beare, 2024
Ilustração: Beare, 2024
Ilustração: Beare, 2024

Paola Dias Bauce em Projeto Ensaios Mestranda em Filosofia pela UFG. E-mail: pbauce02@gmail.com | Publicado em 1 de junho de 2024

Paola Dias Bauce
Mestranda em Filosofia pela UFG. E-mail: pbauce02@gmail.com
01/06/2024 em Projeto Ensaios

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Efígie

Sou aquele que habita a montanha

Aquele que é uma ilha

que é vazio,

e sua existência é uma ausência no espaço


Nutrindo sentimentos por fantasias

Perecidas quando confrontadas com a realidade


Agora minhas mãos são ouro

Sou Midas entre os deuses

Tudo que toco, não posso ter

Pois as coisas não me têm mais utilidade

Só resta me entreter

com os reflexos de meu próprio sofrimento

O que pode um sorriso esconder?


E cada passo dado

pavimentou o caminho

findado aqui


Uma vez que vi seus olhos

eu não era mais dono do meu eu

Há uma pira em meu peito

escaldando meu bom senso

impulsionando, mas adormecendo

a consciência do que deveria ou não ser

não sei mais distinguir

aparências de algo verdadeiro


Sou eu a marionete nas cordas

ou sou a mão mestre das marionetes?

Minhas memórias se colidem

com quem sou, e quem não posso ser

Quem quero ser, e quem

o mundo fez de mim


Sou eu mais do que a impressão de outros?

Eles saberão quem realmente sou

por trás de todas essas confissões

e eles querem?

Sou uma efígie

dos meus próprios sonhos


O mundo nunca preencherá

o espaço vazio por entre meus dedos

Como o abismo estre

meu corpo e minha alma

refletido nos meus olhos

cujas cores desbotadas tingem

árvores de um bulevar


No espelho há um olhar

que descansa sob a face

quando essas coisas

tornaram-se parte de mim?


Meus olhos são oceanos cheios de mentiras

Minhas escolhas nunca foram inteiramente minhas

Minha vida, nunca minha para tomá-la

nunca minha para vivê-la


Só existo no relance dos seus olhos

e minha respiração é apenas um momento

perpetuando através da minha finitude


Por um momento, somos tudo;

e por um momento mais, já não existimos.

Cada partícula do meu corpo se esvaiu

Sou ossos quebrados, sou ar pueril.

[Revisão de Ana Tercia e Gabriel Santana. Revisão final e edição de Rosângela Chaves]

O poema abre a sétima edição do Projeto Ensaios, um projeto de divulgação filosófica coordenado pelo professor Weiny César Freitas Pinto, do curso de Filosofia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em parceria com o site Ermira Cultura, que visa colocar em diálogo a produção acadêmica com a opinião pública por meio da publicação de ensaios.

Tag's: filosofia, poesia, Projeto Ensaios

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