Há mais de 170 anos é assim. Os carreiros, conduzindo suas juntas de boi, fazem a capital da fé no Centro-Oeste parar à sua passagem. Eles vêm por todos os caminhos que levam a Trindade nesta época do ano para a grande festa. Saem das roças mais profundas, dos polos de desenvolvimento do interior goiano, movidos por uma profunda devoção pelo Divino Pai Eterno. O ranger das rodas e o mugir do gado anunciam o tão aguardado momento. Emblema de uma romaria repetida há gerações.

Calcula-se que mais de 400 carreiros se reúnam todo ano na Romaria de Trindade, pagando promessas, levando alimentos para doação e suas famílias para a oração. É o pagamento de promessas e a gratidão por graças alcançadas.

“O carro de boi lá vai, gemendo no estradão. Suas grandes rodas fazendo profundas marcas no chão. Vai levantando poeira, poeira vermelha… poeira… poeira do meu sertão.”
Canção Poeira Vermelha, de Luiz Bonan e Serafim Gomes

Em viagens que podem durar semanas, as grandes caravanas de carros de boi atraem a atenção por onde passam, pedindo pouso em fazendas, se arranchando na beira de estradas. Nenhum sacrifício parece exagerado diante da vontade dos carreiros de chegarem a Trindade.

A romaria dos carros de boi em Trindade é a maior do gênero em todo o mundo. Em nenhum outro local se vê tamanha reunião desses veículos rústicos que já foram essenciais na vida rural décadas atrás.

Os carros de boi só podem ser fabricados e conduzidos por quem tem conhecimentos muito específicos, uma tradição que, em larga medida, é mantida em várias regiões de Goiás em razão da romaria anual a Trindade.
Fotos maravilhosas, sensíveis…com um olhar muito especial. Salve!