Amorte no espelho dos Quintanares
(uma homenagem a Mario Quintana)
“Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
Quinta-essência de cantares …
Insólitos, singulares…
Cantares? Não! Quintanares!”
Foi assim que Manuel Bandeira saudou Mario Quintana em 1966 pelo aniversário de 60 anos do poeta gaúcho e pela publicação da Antologia Poética, com 60 poemas selecionados por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos. O grande crítico e amigo Augusto Meyer também o saudou na Academia Brasileira de Letras, na mesma Academia onde Quintana jamais foi admitido, apesar de haver tentado três vezes, e três vezes recusado. Ao ser convidado a candidatar-se pela quarta vez, ainda que com a promessa de aceitação unânime, o poeta recusou.
Em 1984, li os poemas de Quintana em Apontamentos de História Natural (Editora Globo, 3ª edição), e pude ver ali uma chance de entender pelo menos um pouquinho a difícil teoria lacaniana ensinada no Colégio Freudiano do Rio de Janeiro, onde fazia minha formação em psicanálise. Pensei em compartilhar essa experiência com meus colegas iniciantes na árdua tarefa de entender noções complexas como as de significante, falta, castração, Grande Outro, identificação imaginária, lógica do espelho, tempo lógico, descentramento do sujeito, objeto a. Noções que nos tiravam o sono e nos arrastavam para os bares onde discutíamos madrugada adentro, numa espécie de euforia, de mania, que o ensino de Lacan nos provocava, até que vivêssemos, muitos anos depois, o luto e a depressão no final da transmissão, fato atestado por ninguém menos que Jacques-Alain Miller, herdeiro e genro do homem. Não importa, naquele momento morrer de alegria era o nome do jogo. Era também o tempo de confirmar, desde o ensino de Freud, que há uma afinidade entre poeta e psicanalista. Tamanha afinidade que Lacan chegou até a dizer que ele mesmo não era poeta, era o poema. Tá.
Então, produzi um texto, que se chamou na época A Morte no Espelho dos Quintanares. A escolha de Quintana se devia – e se deve – ao fato de que nele se expressa um jeito brasileiro de dizer Je est un Autre (eu é um outro, glosa do achado de Rimbaud). As noções apresentadas por nossos mestres soavam francesas demais, o que aumentava nossa resistência. O texto foi objeto cenográfico da exposição A Cor do Invisível – Vida e Poesia de Mario Quintana, organizada pela escritora Eloí Calage, em São Paulo e no Rio de Janeiro, em 1997. A modificação do título para Amorte obedece à ideia de Lacan de trabalhar com o par ordenado, sofisticada noção matemática introduzida em 1914 por Norbert Wiener, o criador da cibernética. Foi o psicanalista Ivan Corrêa, entre outros, quem lembrou que o amor e a morte são reconhecidos pela psicanálise como distintos e inseparáveis. Trabalhar amorte como par ordenado na clinica obedeceria a uma rigorosa lógica do tratamento.
O que o leitor terá a seguir é uma prática de escrita em associação livre, e não a escrita automática dos surrealistas. Assim começa o texto Amorte no Espelho dos Quintanares:
“Associações perigosas. Até onde me levam. Me enlevam. Corte. Morte. As duas, a morrida e a de mentirinha, narcísica. Quem me fala? Um poeta, Quintana, gatirou-me uma saraivada de belas. Quem dera. A História é Sobrenatural. Os apontamentos desfilam significantes, explosões de nonsense, humour, aprender a morrer, fi-lo no sofá, sol-fá, filo-sofia (restaurar o gozo pré-socrático), língua danada. Morada do ser, linguagem. Clarão, clareira, besteirão, besteira, direito de todos os falantes. Todos.
A obra de arte me psicanalisa, é só seguir um poema atrás do outro, atrás do Outro: Elementar, meu caro Watson… : “Nas entrelinhas desta novela policial/ Espia-me/ Um pensamento de Pascal/ E eu penso como, até ele, deveria sentir-se mal/ com a COISA que o espiava, sempre e sempre,/ dentre os seus pensamentos/ E era muito, muito mais éffroyable que o seu infinito/ pesadelo sideral, / Porque ficava atrás de todas as estrelas…/ A COISA, não: a OUTRA COISA.)”
Falam por si, bemol, sustentados sustenidos. Sus! Sou tentado, mas ainda não tenido, revenant ou redivivo? In the middle, of ages. Espelho, eu tento espelhar, eu tenta espelhar. Um curso completo de identificação imaginária, ressonância do Pai, o Nome Dele faz delir os apagados de ler, delírio, de letras, a explosão incomparável de um verso “como pude ficarmos assim?” in O Velho do Espelho: “Por acaso, surpreendo-me no espelho: quem é esse/ Que me olha e é tão mais velho do que eu? / Porém, seu rosto … é cada vez menos estranho… / Meu Deus, meu Deus … Parece / Meu velho pai – que já morreu! Como pude ficarmos assim? / Nosso olhar – duro – interroga: / “O que fizeste de mim? / Eu, Pai?! Tu é que me invadiste, / Lentamente, ruga a ruga… Que importa?/ Eu sou,/ ainda,/ Aquele mesmo menino teimoso de sempre/ E os teus planos enfim lá se foram por terra./ Mas sei que vi, um dia – a longa, a inútil guerra! – / Vi sorrir, nesses cansados olhos, um orgulho triste…”.
Ao espelhar, me perco nas equivocações. Se separere deu se parir, equi-vocações dá vocação de cavalo. Do santo. Chamem o cavalo, “o cometa de Halley era um cavalo”, diz o poema Cavalo de fogo, sujeito evanescente, de quantos em quantos anos darás o ar de tua graça? Inconsciente em guarda, psicanálise degradada, inflexão do discurso humano, entropia? Psicanálise para sempre perdida? Filha duma putana. Ou só astronomia, o sexo inscrito desde o simbolismo da antiga China? Não mia, mas põe fogo pelo rabo, oblativos dons, (b) analidades. O ato de escrever, escrever em ato.
Fusão: com Eu Ouço Música: Eu ouço a música, do ensino de Lacan. E não entendo. Primeiro ler. Compreender só-depois. Resignado e triste, de saber que existe um mundo do Outro mundo… Eu ouço música como quem está morto. Perdoai, maestros, meu estranho ar! Eu também ouço música como um anjo doente que não pode voar. Ou, quem sabe, se trata da “força cantante”, organizadora do poema em Valery? Cantar?, nem tanto, agora me lembro, Freud de música diziam não gostar. Pero, era um maestro, até que His Master’s Voice, mas até que a french touch. Lacan, exatamente, lá, onde you can brincar. Quem não tem cão não abana o rabo, da sabedoria popular.
“Eu ouço música como quem está morto. Perdoai, maestros, meu estranho ar! Eu também ouço música como um anjo doente que não pode voar”
Mas, vão dizer, pornô, a garganta profunda de um câncer freudiano pela mordaça do inaudito. Reverberações, confusões imaginárias, internem o homem, terneiro, Terno, terceiro, quer de m’amar às custas do poeta. Ou, pelo menos, enterrem o hímen na curva do rio, rio dessa complacente comédia, viver. Se não brinco, estouro. Como não estou ouro, muito pobre, você brinca comeubrinco?” “Um pobre bicho perdido, perdido, perdido.” Quer um corpo a corpo com o poema. Perco, perco os eus. Poetamor, mor ridículo da vida.
Viver as mortes possíveis. Associadas, as duas: “Nítido, no espelho, / meu quarto projeta-se / Em parte nenhuma…/ Um dia estarei, / Tão nítido assim, / Em parte nenhuma?” Mas, não te afobes, Narciso, ouve a Canção, o som vazio do significante, que se repete: “O mundo é um búzio oco, / menino… Mundo de vozes perdidas / e onde apenas o eco / eternamente / repete as mesmas perguntas.”
Nas Interrogações, analisante e poeta se dão as mãos, que o analista não se engane: “Nenhuma pergunta demanda resposta / Cada verso é uma pergunta do poeta. / E as estrelas… as flores… / o mundo… / são perguntas de Deus.”
Acalma-te, se abrires A Alma e o Baú, aprenderás a ir à luta, a segurar tua barra, tua alma é a do Outro, no espelho. Aprenderás a epoché dos teus discursos maçantes, massudos, até chegares à isenção de um mestre zen, indicado no vocativo: “Tu que tão sentida e repetida e voluptuosamente / te entristeces e adoeces de ti, / é preciso rasgar essas vestes de dó, as penas é preciso raspar com um caco, uma / por uma: são / crostas… / E sobre a carne viva / nenhuma ternura sopre. / Que ninguém acorra. / Ninguém, biblicamente, com os seus bálsamos e olores…/ Ah, tu com as tuas cousas e lousas, teus badulaques, / teus ais ornamentais, / tuas rimas, / esses guizos de louco… / A tua alma (tua?) olha-te, simplesmente. / Alheia e fiel como um espelho./ Por supremo pudor, / despe-te, despe-te, quanto mais / nu mais tu / despoja-te mais e mais. / Até à invisibilidade. / Até que fiquem só espelho contra espelho / num puro amor isento de qualquer imagem. / – Mestre, dize-me… e isso tudo valerá acaso a perda do meu baú?” A ironia de Quintana denuncia o dogma zen. Nas questões de amor, o poeta já o definira como “um beijo no espelho”, e, a pedido de sua amiga, a escritora Eloí Calage, deu um passo adiante: “amar é mudar a alma de casa”, no poema Carreto.
Agora, a ascese pela invisibilidade (algum parentesco com O visível e o invisível, de Merleau-Ponty?) aponta para a lógica do espelho, falta sobrepondo-se à falta, desaparição da imagem, da fantasmagoria, a dimensão simbólica do dar o que não se tem, em tudo evocando a imagem trazida por MDMagno, relativa à pureza do espelho, n’ O Pato Lógico.
Um grande momento, O Espelho: “E como eu passasse por diante do espelho / não vi meu quarto com as suas estantes / nem este meu rosto / onde escorre o tempo. / Vi primeiro uns retratos na parede: / janelas onde olham avós hirsutos / e as vovozinhas de saia-balão / como paraquedistas às avessas que subissem do / fundo do tempo. / O relógio marcava a hora / mas não dizia o dia. O Tempo, / desconcertado, / estava parado. / Sim, estava parado / em cima do telhado… / como um cata-vento que perdeu as asas!”.
Quintana teria visto o espelho, sua lógica, não apenas sua imagem narcísica, onde escorre o tempo imaginário, cronológico. Evoca-me as conversas de Magno e Mary Kleinman: o vampiro, ao não se ver no espelho, é sujeito, como sugere Magno, ou morto-vivo, se neurótico, como quer Mary? Não importa, a questão do sujeito – um poeta? – aí está, em versos brasileiros, a lembrar que a lógica do furo, a janela, conduz ao revirão, ao avesso do tempo –vovozinha, figuração até borromeana, em que as coordenadas, o Tempo aparece, lógico, of course, no decurso de prazo de um corte, o cata–vento sem asas, furado, castrado. Ausência.
“Quintana teria visto o espelho, sua lógica, não apenas sua imagem narcísica, onde escorre o tempo imaginário, cronológico”
Comparecem, insistentes, o espelho e o descentramento, que impossibilitam o mens sana in corpore sano, o encontro faltoso até mesmo no olhar, o objeto a, i (n) mundo, em Mundos: “Um elevador lento e de ferragens Belle Époque/ me leva ao antepenúltimo andar do Céu, / cheio de espelhos baços e de poltronas, como o hall / de qualquer um antigo Grande Hotel, / mas deserto, deliciosamente deserto/ de jornais falados e outros fantasmas da TV, / pois só se vê, ali, o que ali se vê / e só se escuta mesmo o que está bem perto:/ é um mundo nosso, de tocar com os dedos, / não este – onde a gente nunca está, ao certo, / no lugar em que está o próprio corpo / mas noutra parte, sempre do lado de lá! / não este mundo – onde um perfil é paralelo / ao outro/ e onde nenhum olhar jamais se encontrará…”.
A reiteração só pode ser intencional, em Vidas: “Nós vivemos num mundo de espelhos / mas os espelhos roubam nossa imagem… / Quando eles se partirem numa infinidade de estilhas / seremos apenas pó tapetando a paisagem. / Homens virão, porém, de algum mundo selvagem / e, com estes brilhantes destroços de vidro, nossas mulheres se adornarão, seus filhos / inventarão um jogo com o que sobrar dos ossos. / E não posso terminar a visão / porque ainda não terminou o soneto / e o tempo é uma tela que precisa ser tecida … / Mas quem foi que tomou agora o fio da minha vida? / Que outro lábio canta, com a minha voz perdida, / nossa eterna primeira canção?!” Um jeito brasileiro de dizer Je est un Autre, a correlação apontada no espelho entre outro e eu, o corpo espedaçado, a constituição do sujeito em soneto, palavra, roubada pela imagem narcísica ou por alguém, Outro, que me toma por instrumento musical.
Para quem ainda não sabe (saber = degustar), o Pequeno Poema Didático: “O tempo é indivisível. / Dize, / Qual o sentido do calendário? / Tombam as folhas e fica a árvore, / Contra o vento incerto e vário. / A vida é indivisível. / Mesmo/ A que se julga mais dispersa / E pertence a um eterno diálogo / A mais inconsequente conversa. / Todos os poemas são um mesmo poema, / Todos os porres são o mesmo porre, / Não é de uma vez que se morre… / Todas as horas são horas extremas… / E todos os encontros são adeuses!” Fala, nonsense, gritem dialética, Automaton, Tiquê!
Olho as Minhas Mãos, o poeta estranha o seu corpo, vê tremer sua imagem, fere o narcisismo. A estranheza do corpo se dá no ato poético? Inventa-se o corpo todo dia? O corpo é ameboide, pseudópode, como quer Freud? Cada vez mais estranho, de ampliadas extensões imaginárias, ao contrário do corpo narcísico, sempre o mesmo, como uma cobra mordendo o próprio rabo? Se é isso, se o corpo se despedaça e volta a se compor, se o corpo é espedaçado e não neurótico, ouçam, e vejam se não é o Outro, se não é a ex-sistência do Real:
“Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas / Porque são minhas. Mas é tão esquisito distendê-las/ Assim, lentamente, como essas anêmonas do fundo / do mar …/ Fechá-las, de repente, / Os dedos como pétalas carnívoras!/ Só apanho, porém, com elas esse alimento impalpável / do tempo, / Que me sustenta, e mata, e que vai secretando o / pensamento/ Como tecem as teias as aranhas./ A que mundo pertenço?/ No mundo há pedras, baobás, panteras, / Águas cantarolantes, o vento ventando / E no alto as nuvens improvisando sem cessar./ Mas nada, disso tudo, diz : “existo”. / Porque apenas existem… / Enquanto isto, / O tempo engendra a morte, / Oficiamos rituais, inventamos /Palavras mágicas / Fazemos / Poemas, pobres poemas / Que o vento / Mistura, confunde e dispersa no ar … / Nem na estrela do céu nem na estrela do mar/ Foi este o fim da Criação! / Mas, então, / Quem urde eternamente a trama de tão velhos sonhos? Quem faz – em mim – esta interrogação?”
O em mim (mais do que eu, paráfrase do lacaniano “em ti, mais do que tu”, a transferência), cavalo do Outro, aparenta o poeta ao psicanalista, põe fim às veleidades da cura, à identificação com a própria poesia, somos apenas Instrumento: “Impossível fazer um poema/ neste momento. / Não, minha filha, eu não sou a música / – sou o instrumento. / Sou, talvez, dessas máscaras ocas / num arruinado monumento:/ empresto palavras loucas / à voz dispersa do vento…”.
Poeta e psicanalista, semblantes de máscaras vazias, vivem a sina do ato, muita vez com horror, de pagar com palavras. Pois é preciso Cuidado!, a razão fala baixo e diz sempre a mesma coisa (Freud): “Nós somos gestantes da alma… Cuidado ! É preciso muito, muito cuidado!/ Para que a alma possa nascer normal na outra vida. / Nesta, ela mal pode, ela quase não tem tempo de / ficar pronta! Como é possível, com esses cuidados e mais cuidados / sem conta, / Ah, toda essa vergonha de sermos devorados/ – meticulosamente – por milhões de ratos/ durante sessenta, setenta, oitenta anos/ Quando bem poderia surgir de súbito o nobre leão / da morte/ Na plenitude nossa / Como acontece com os heróis da Ilíada, / Mas os heróis só morrem – no País da Ilíada – / Belos e jovens …/ Aqui, qualquer heroísmo se desmoraliza, dia a dia/ como a barba do Tempo arrancada, fio a fio,/ das folhinhas…/ Como é possível, como é possível uma alma triturada / assim pelos relógios? / Como é possível nascer com um barulho destes?!”.
Pode não ser possível, mas, de fato, nascemos, o que não chega a ser vantagem, se não se pode tampouco morrer em paz – a morte narcísica –, queixa-se O Morituro do mau olhado: “Por que é que assim, com suas caras móveis e / simiescas,/ os vivos nos devassam, num cínico impudor? /…/ que Deus me guarde da humilhação desse espetáculo / e me livre de todos, de todos eles: / não quero os seus olhos pousando como moscas / na minha cara./ Quero morrer na selva da algum país distante …/ Quero morrer sozinho como um bicho!”.
“Pode não ser possível, mas, de fato, nascemos, o que não chega a ser vantagem, se não se pode tampouco morrer em paz – a morte narcísica”
“Morte – que grande estopada!”, diz A Primeira Aventura, o resto é figuração, mas não percas o fio, Narciso, não te iludas com a aparente renegação-denegação da Morte, em A Morte é Que Está Morta, ponto de encontro das palavras morte, alma, amor: “A morte é que está morta./ Ela é aquela Princesa Adormecida / no seu claro jazigo de cristal./ Aquela a quem, um dia – enfim – despertarás …/ E o que esperavas ser teu suspiro final / é o teu primeiro beijo nupcial!/ – Mas como é que eu te receava tanto/ (no teu encantamento lhe dirás)/ e como podes ser assim – tão bela?/ Nas tantas buscas, em que me perdi, / vejo que cada amor tinha um pouco de ti…/ – E tu, por que é que me chamavas Morte?/ Eu sou, apenas, tua Alma.”
Virá o sono, infalível, o Grande Sono, de O Morto: “Eu estava dormindo e me acordaram /E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco…/ E quando eu começava a compreendê-lo / Um pouco, / Já eram horas de dormir de novo!”.
Se perderes o fio, Narciso, não te aflijas, há sempre uma solução de Emergência: “Quem faz um poema salva um afogado.” Assim seja.
Belo artigo.
Que fôlego poético! Beleza de texto!!!