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Foto: Rio 2016
Foto: Rio 2016
Foto: Rio 2016

Pablo Hernandez em Arranca-toco Jornalista | Publicado em 12 de agosto de 2016

Pablo Hernandez
Jornalista
12/08/2016 em Arranca-toco

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Por um país com menos Neymares e mais Rafaelas

“Foi um wasari, não foi!?” Quem escuta o rapaz que trabalha na recepção da clínica fazendo esse comentário pode achar que nós, brasileiros, somos aficionados por judô. Claro, esse esporte que praticamos desde bem pequenos nas nossas escolas. Uma modalidade que nosso poder público sabe que colabora com a disciplina e a saúde das crianças, por isso investe em tatames e professores. Além disso, adoramos o esporte, por isso, toda e qualquer competição nacional ou internacional garante uma boa audiência na TV. As crianças que chegam a se tornar atletas profissionais no futuro recebem bons patrocínios, apoio e competem sem dificuldades por todo o mundo.

Se ironia fosse um golpe, esse primeiro parágrafo seria um ippon.

O judô no Brasil é apenas mais um esporte que só é lembrado a cada quatro anos, durante os jogos olímpicos. No famoso e tradicional telejornal brasileiro, o famoso e tradicional narrador se derrete pela judoca que acabara de vencer a medalha de ouro. Mas onde ele estava quando ela era apenas uma esportista lutando fora dos tatames para conseguir lutar dentro? Onde estava sua crítica sobre o descaso que muitas crianças e jovens pobres sofrem sem ter condições de praticar um esporte? Naquela noite Rafaela Silva foi bajulada pelo narrador no tradicional telejornal. Nas várias noites anteriores, ele estava bajulando o ex-jogador Ronaldo ou o “menino” Neymar.

Neymar, o atleta mais festejado, deixando aos outros pouca atenção do público. Foto: Reprodução / YouTube

Neymar, o atleta mais festejado, deixando aos outros pouca atenção. Foto: Reprodução / YouTube

Por falar no “menino” Neymar, ele tem levado uns puxões de orelha desse mesmo antigo narrador. Tudo porque o time da Confederação Brasileira de Futebol estava mal nos jogos olímpicos. Logo o futebol, esse sim, a paixão nacional, passou vergonha. O futebol, o esporte que tem merecido sempre um horário nobre nas Olimpíadas, irritou principalmente quem tem na chamada seleção de futebol um produto.

Mas é curioso e revelador como esse mesmo produto se mostra completamente desbotado e sem emoção, ainda mais se colocado ao lado de outros esportes. Revelador como os jogadores de futebol são atletas desinteressados e burocráticos comparados com os de todas as outras modalidades dos jogos olímpicos. O narrador estava realmente bravo porque o seu produto e o de sua emissora era um fracasso. Muito por causa dos resultados, mas também porque reverencia o esporte mais sem graça da competição.

Galvão: como a maioria dos brasileiros, ele não se lembra de outros esportes fora do período olímpico

Galvão: como a maioria dos brasileiros, ele não se lembra de outros esportes fora do período olímpico

Além do judô, nos últimos dias os brasileiros vibraram com uma virada emocionante no basquete. Com um jovem no tiro. Com o pessoal da ginástica artística. Com a natação. E, em geral, as pessoas concentram a atenção e a torcida sempre que há um compatriota disputando algo. Assim como o velho narrador, as pessoas só têm essa empolgação com outros esportes a cada quatro anos. E centenas de atletas como Rafaela Silva são menosprezados, por você e por mim.

Não há inocentes nessa história. Nem o velho narrador, nem a maioria dos brasileiros. Escolhemos passar quatro anos ignorando Rafaelas e bajulando Neymares porque assim preferimos, assim queremos.

Tag's: Galvão Bueno, Neymar, Olimpíadas, Rafaela Silva, Rio 2016

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