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Imagem: Cinema Novo (divulgação)
Imagem: Cinema Novo (divulgação)
Imagem: Cinema Novo (divulgação)

Rute Guedes em Terra do sol Jornalista | Publicado em 22 de setembro de 2016

Rute Guedes
Jornalista
22/09/2016 em Terra do sol

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Utopia viva

A sessão do documentário Cinema Novo no Cine Brasília deixou emocionado o público na noite de abertura do Festival de Brasília, que começou na terça-feira, dia 22. E com razão. Seja recorrendo a fragmentos, como o impagável nascimento de Macunaíma, no filme homônimo de Joaquim Pedro de Andrade, ou com sequências maiores, como a cena da corrida de Manoel e Rosa em Deus e O Diabo na Terra do Sol, o documentário vai além do mero apelo à nostalgia e revela-se, ele próprio, digno do tema ambicioso sobre o qual o diretor Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha, e sua equipe se debruçaram.

Pulsante do início ao fim, o filme esconde a princípio sua vocação de ensaio, mas logo o diretor de Transeunte deixa claro que não está disposto a muitas formalidades. Ele se arrisca a contar uma nova história a partir de títulos e cenas icônicas que se tornaram a própria definição do Cinema Novo, símbolos que ultrapassaram fronteiras e ganharam  o mundo com sua força, como o rodopio de Fernanda Montenegro em A Falecida, a marcha  fúnebre da família de retirantes em Vidas Secas, a nudez de Norma Bengell em Os Cafajestes, os abismos sociais do Rio de Janeiro em Couro de Gato.

Sem a famigerada narração em off, o movimento conhecido pela frase “uma ideia na cabeça e uma câmera na mão” ganha no filme uma tradução quase literal.  Várias e belas cenas de corrida antecipam o sentimento de urgência do grupo que encarava o cinema como um ato político. Elas pontuam todo o longa-metragem numa melodia vibrante, feroz e poética ao mesmo tempo, apesar de cada cineasta apostar em ritmos diferentes para contar as suas histórias.

A maioria dos depoimentos dos cineastas utilizados na produção é dos anos 60. Ver Nelson Pereira dos Santos, Cacá Diegues, Leon Hirszman, Ruy Guerra, Joaquim Pedro de Andrade e, claro, Glauber pensando sobre o seu tempo, o seu país e a sua arte confere ainda mais vivacidade ao filme e também expõe algumas fragilidades dos expoentes do grupo diante do passar das décadas. Embora um ou outro lema soe datado ou ingênuo, a força dessa sinceridade, algo tão raro, faz de Cinema Novo um grito vivo e presente, e não um mero eco de um passado distante.

A atualidade do longa é inegável por vários motivos, a começar, claro, pela instabilidade política e a caminhada conservadora assombrosa a que estamos assistindo – o Cinema Novo explode no início do libertário 1960 e  se desconstrói como um movimento coletivo em 68, após o AI-5, uma pá de cal para as manifestações culturais durante a ditadura. Uma geração genial que estava traduzindo através do cinema a complexidade da cultura, da política e sociedade brasileira  ?  ou ao menos algumas facetas indispensáveis de tudo isso  ?  é desintegrada pela repressão.

A partir daí, dilui-se a proposta do grupo de um dia conquistar o tema central  de seu cinema, o povo, já que o movimento nunca foi popular no que se refere a atingir o grande público,  então e agora refém do cinema americano ou das tentativas de similares tupiniquins.

Tag's: cinema, cinema brasileiro, Cinema Novo, documentário, Festival de Brasília

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