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Foto: Divulgação
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Rosângela Chaves em Mulherzinhas Jornalista e professora | Publicado em 3 de outubro de 2016

Rosângela Chaves
Jornalista e professora
03/10/2016 em Mulherzinhas

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A beleza essencial de Greta Garbo

Não era só mais um caso de deslumbramento em torno da diva da hora em Hollywood. A alcunha de “Divina”, dada a Greta Garbo pela imprensa e pelos fãs, não poderia ser mais justa. Afinal, a atriz não parecia mesmo pertencer a este mundo.

Para além das intrigas sobre sua vida pessoal, das fofocas a respeito dos homens e mulheres que foram seus amantes, o fato é que Greta Garbo (1905-1990) parecia de fato pairar acima destas trivialidades mundanas, como uma deusa do Olimpo entediada diante da boçalidade dos mortais.

Como explicar esse fascínio exercido por Garbo, cuja aura de mistério – apesar das inúmeras biografias que reviraram do avesso a trajetória da atriz sueca – ainda permanece? Em um texto intitulado O rosto de Garbo, incluído em seu livro Mitologias, Roland Barthes nos fornece algumas pistas para tentar entender as razões da magia desta que foi uma das divas mais enigmáticas do cinema.

Numa indústria na qual iriam prevalecer depois as faces perecíveis de estrelas facilmente substituíveis umas pelas outras, o rosto de Greta Garbo, escreve Barthes, representava uma espécie de  beleza “essencial”. É como se a face de Garbo fosse o arquétipo do belo, uma materialização do ideal platônico de beleza diante do qual os outros rostos bonitinhos do cinema pareceriam meras cópias imperfeitas e pálidas.

“É como se a face de Garbo fosse o arquétipo do belo, uma materialização do ideal platônico de beleza”

A “Divina” seria assim a própria encarnação do Belo, proporcionando a nós, pobres mortais, a cada aparição sua na tela, uma experiência de epifania.

Barthes escreveu este texto tendo em mente o filme Rainha Cristina, de 1933, em que a atriz dá vida à lendária rainha que abdicou do trono da Suécia no século 17. Uma cena, no entanto, de um filme da estrela imediatamente posterior a Rainha Cristina – o drama Anna Karenina, lançado em 1935 – ilustra à perfeição o raciocínio de Barthes sobre a “beleza essencial” de Garbo: é quando, na famosa sequência inicial da chegada do trem na estação de São Petersburgo, em meio a uma nuvem de fumaça que vai se dissipando aos poucos, o rosto da atriz finalmente surge e preenche a tela.

Greta Garbo em Rainha Cristina. Foto: Divulgação

Greta Garbo em Rainha Cristina. Foto: Divulgação

Aquela face de “neve e solidão”, como descreve Barthes, nos deixa hipnotizados – e Garbo, essa intérprete soberba, apenas com o olhar já anuncia o destino trágico da heroína da trama.

Se a atriz sueca representava, como afirma Barthes, um “arquétipo” da beleza, sua interpretação de Anna Karenina no cinema também se tornou, de certa forma, “arquetípica” – as outras atrizes que viveram a mesma personagem depois parecem menores diante dela.

Vivian Leigh, num filme de 1948, apresenta uma atuação vigorosa e convincente, mas sem o charme enigmático de Greta Garbo. A francesa Sophie Marceau, numa produção de 1997, também não faz feio.

O mesmo não pode ser dito de Keira Knightley, que dá vida à protagonista do livro de Tolstói  na adaptação mais recente do grande clássico do escritor russo, lançada em 2013. Sua Anna Karenina é inexpressiva. Mas isso talvez não seja tanto culpa dela, mas do diretor Joe Wright, que transformou o romance numa love story juvenil, mal disfarçada pelos cenários e figurinos suntuosos.

Foto: Divulgação

A atriz em Anna Karenina. Foto: Divulgação

Tolstói escreveu Anna Karenina num momento de crise, quando ele oscilava entre os ideais estéticos e os princípios morais e religiosos que dominariam sua obra posterior. O autor renegaria depois o romance, considerando-o “vulgar” e “mesquinho”. No entanto, a despeito da rejeição do criador por sua criatura, a verdade é que a história da infiel Karenina, que desafia a sociedade russa da segunda metade do século 19 para viver uma paixão proibida, é uma das maiores realizações da literatura universal.

E se esta “obra de arte perfeita”, como a classificou Dostoiévski, ainda não recebeu uma adaptação cinematográfica que realmente lhe faça jus – uma tarefa talvez impossível, dada a complexidade do livro –, podemos dizer que sua protagonista tem um rosto. E este, definitivamente, é o da divina Greta Garbo.

Tag's: Anna Karenina, cinema, Greta Garbo, Rainha Cristina, Roland Barthes

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3 comentários em “A beleza essencial de Greta Garbo”

  1. Darcy Costa disse:
    3 de outubro de 2016 às 17:50

    Rosângela, eu assisti ao filme Anna Karenina, com a divina Garbo, quando ainda era liceana, e nunca me esqueci da cena da chegada do trem na estação.

    Responder
  2. ilza silveira disse:
    16 de abril de 2018 às 17:57

    Deu uma vontade enorme de rever Anna Karenina!! Vou baixar hoje mesmo!! Obrigada pela dica, nesse belo texto Rosângela!!

    Responder
  3. doriati de Oliveira torres disse:
    30 de julho de 2020 às 23:48

    Greta garbo e minha atriz preferida ela era linda e misteriosa eu tenho fascínio por ela gostaria muito de ter conhecido. Ela

    Responder

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