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Foto: Alda Alexandre
Foto: Alda Alexandre
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Luís Araujo Pereira em Florações Professor e escritor | Publicado em 20 de janeiro de 2017

Luís Araujo Pereira
Professor e escritor
20/01/2017 em Florações

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Cinco poemas de Dairan Lima

(Curadoria de Luís Araujo Pereira)

 

[1]

Ignomínia

Hei de matar-te um dia.

Não dessas mortes cotidianas.

Hei de matar-te aos pouquinhos.

Sangrando devagarinho.

Te fazendo morrer.

E essa dor que hás de sentir

Será igual à minha já defunta.

Não sentirei pena nem nada.

Terei nos lábios apenas

Esse sorriso gelado dos sádicos

Que sentem orgasmos com o sofrimento do amado.

Depois estarei refeita.

E colocar-te-ei num ataúde frio.

Ainda levarei flores todos os dias.

Rogarei a Deus por teu perdão

E me masturbarei com a lembrança tua.

 

[2]

Polaroide

Nosso retrato na parede

tornou-se claro, opaco.

Seguras as minhas mãos

e rimos não sei mais de quê…

se de histórias ou fantasias…

Eternamente rimos.

Nossas bocas se procuram

se misturam ao redemoinho

de um tempo antigo

em que éramos gratos e felizes.

−  Por que não sais daí

e me dás um daqueles beijos?

Pego tuas mãos,

mas elas não me respondem.

Elas sequer existem mais.

Ah, se eu tivesse o poder

de me teleportar para esta tarde

em que juntos, sorrindo,

nos deixamos retratar.

 

[3]

Epifania

Queria pescar o sono

com varinha de condão!

Vem, mestre do sonho, Sandman,

sopra tua areia dourada

nos meus olhos entreabertos!

 

Me leva ao teu castelo

de encanto e sedução.

Não permitas que eu sonhe

tristezas e desventuras.

 

Quero beijo na boca

suavidade de água caindo na pedra,

voo de pássaro no céu.

 

[4]

Supérfluo

Fazer poesia

é como colocar o lixo

pra fora:

religiosamente,

todos os dias!

 

Mas penso

que, como lixo,

nada presta.

Já quiseram me lançar,

publicar, sei lá…

(Isso numa época em que eu era aí

musa de não sei qual artista.)

 

Insisto sempre:

acho que não tem serventia

para nada…

é lixo.

 

Certa vez,

um enamorado,

que se dizia apaixonado,

levou meu caderno de poemas consigo

e nunca mais apareceu.

 

Em outra,

esqueci os esboços

em um bar.

Anos após,

uma amiga

me presenteou

com esse mesmo exemplar.

Sorte ou azar?

 

Sei de um também apócrifo

que está com Áurea,

que herdou de um amigo

que já partiu

para outra galáxia.

 

Os poemas, como me disse Cássia,

afinal, nunca deram camisa!

 

[5]

Paráfrase (?)

Certa feita,

uma dama

quis tomar-me

um namorado!

(“Essa dona já tem tantos que

nem se dá aos cuidados…”)

−  Pode levar, não me faz falta!

Use e abuse, se lhe apetece.

Ela levou, mas se arrependeu!

Voltou sem ele, consternada.

Muitos séculos se passaram

e um dia ele aparece

cheio de saudades.

Disse a ele:

−  Fique por aí,

se precisar, aviso

mas não quero homem.

 

Perfil

Dairan Lima considera que é poeta por costume e um pouco por insistência. Nasceu em Dueré, Tocantins, na beira do rio homônimo e veio para Goiânia aos 17 anos. Fez o curso de Letras na Universidade Federal de Goiás, nos anos 1980. Foi professora do ensino fundamental na Prefeitura de Goiânia e ainda se considera como tal, apesar de estar aposentada. Ao longo da vida, sempre participou de concursos literários e sempre escreveu, mas só recentemente publicou o seu primeiro livro, Vermelho, em 2016, pela Editora Nega Lilu (Selo Pantheon).

Tag's: Dairan Lima, Goiás, literatura goiana, poesia, Tocantins

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2 comentários em “Cinco poemas de Dairan Lima”

  1. Vera Gomes disse:
    20 de janeiro de 2017 às 22:13

    Surpresa boa! Quero ler o livro da Dairan Lima. Muito prazer!

    Responder
    1. Dairan da Silva Lima disse:
      24 de janeiro de 2017 às 16:42

      Obrigada, Vera Gomes, prazer falar com você, vamos marcar um café pra vc levar o Vermelho!

      Responder

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