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Rogério Borges em Aboios Jornalista e professor | Publicado em 18 de junho de 2017

Rogério Borges
Jornalista e professor
18/06/2017 em Aboios

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Gal e Bethânia, vozes que se aproximam e se afastam

Um documentário recentemente lançado pelo canal HBO sobre os 50 anos de carreira de Gal Costa surpreendeu a própria homenageada. Entre os depoimentos dos amigos e parceiros artísticos, surge Maria Bethânia. A cantora de voz grave derrama elogios à cantora de voz aguda. Mais que isso, faz uma verdadeira declaração de amor e admiração. Diz que o canto de Gal é único, que é cristalino, que vem da alma. Gal, em entrevistas, mostrou-se emocionada. “Já faz um tempo que não nos vemos, não nos falamos. Mas estaremos sempre unidas.”

Este é mais um episódio que agita a relação entre as duas principais cantoras vivas do País. Elas se conhecem desde a juventude e iniciaram a carreira juntas, em meados dos anos 1960. A primeira gravação em que se pode ouvir a poderosa voz de Gal Costa surge no primeiro disco lançado por Bethânia. Poucos meses depois, as duas já seriam cultuadas, mesmo tendo interpretações tão diferentes. Caetano Velos, irmão de Bethânia, e Gilberto Gil, compadre de Gal Costa, eram pontes que ligavam essas duas fortalezas sonoras.

Nos anos 1960, nos tempos dos Doces Bárbaros: duas meninas

Anos 1960, nos início de suas carreiras: duas meninas

Nos anos 1970, Gal e Bethânia estiveram muito próximas, dividindo o palco com o grupo Doces Bárbaros. São desse tempo duetos inesquecíveis, como o de Fé Cega, Faca Amolada. Nos encartes de shows e LPs, apareciam fazendo travessuras de amigas, tomando banho de mar, mostrando uma intimidade de quase irmãs. Isso não queria dizer que estivessem no mesmo caminho. Gal tornou-se a musa da Tropicália, mais ardente, ousada, colorida. Bethânia especializou-se em canções românticas e sentimentais, apostando em novos compositores, soltando o vozeirão com um ar mais teatral em seus espetáculos.

Quem gosta da chamada MPB sabe que elas não são excludentes, longe disso. É perfeitamente possível – e até recomendável para quem aprecia a boa música e interpretações intensas – curtir ambas. Isso fica claro quando elas resolvem se reunir, como cantaram em homenagem a Mãe Menininha do Gantois, entoando uma canção de Dorival Caymmi, e um samba conhecido de Dona Ivone Lara. Elas têm, para além disso, muitos outros pontos em comum. São as melhores intérpretes de compositores como Caetano Veloso e Chico Buarque, por exemplo; ambas têm uma ligação afetiva com os grandes nomes da Bossa Nova; ambas têm um rigor enorme com o próprio ofício.

No início dos anos 2000, num revival dos Doces Bárbaros, Bethânia e Gal demonstraram novamente que conseguem ocupar o mesmo espaço. No show, destaque para a lindíssima performance conjunta da canção Esotérico, de Gilberto Gil, terminada com um selinho carinhoso entre as duas. No making off desse trabalho, que incluiu passagens dos ensaios e das viagens do quarteto, Gal se diverte com as queixas irônicas de Bethânia em relação a um arranjo que não lhe agradou. Em outra cena, Gal reserva um sorriso discreto para Bethânia quando esta, em um voo, já meio altinha por alguma bebida, monopoliza a conversa.

Se elas já trocaram farpas? Mas é claro que sim. Seria impossível que duas divas tivessem uma vida inteira em paralelo sem nunca terem se estranhado. Nos anos 1990, quando Gal Costa, em um show, mostrava os seios, Bethânia disparou: “Não sou a Madonna para fazer isso”. A irmã de Caetano também diz, talvez com uma pontinha de mágoa, que “Caetano escolheu Gal para ser sua cantora”. Se a relação precisa, vez ou outra, ser discutida, quando elas se acertam, é uma beleza. No fabuloso disco Bethânia – 25 anos, do início dos anos 1990, o trio formado em uma das faixas pela cantora com Gal Costa e Alcione é uma joia rara.

O afastamento que separou as duas intérpretes nos últimos tempos pode ser apenas ocasional e o gesto de Bethânia em falar sobre Gal no documentário pode diminuí-lo. Para quem acompanha a carreira de ambas, essa distância não deixa de incomodar, porém. Quando Bethânia foi homenageada pela Mangueira no ano passado e saiu da Marquês de Sapucaí para ganhar o campeonato do Carnaval carioca, faltou Gal Costa em algum carro alegórico. Todo mundo estava lá, menos ela. Uma não participou dos shows comemorativos dos 50 anos de carreira da outra. Oportunidades perdidas para grandes encontros. Tomara que elas voltem a promover esse encontro tão bonito entre o grave e o agudo de suas vozes, já há algum tempo as melhores do Brasil.

Tag's: Doces Bárbaros, Gal Costa, maria bethânia, MPB, Música

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1 comentários em “Gal e Bethânia, vozes que se aproximam e se afastam”

  1. Adriana disse:
    18 de junho de 2020 às 20:37

    Quem está com Gal e Bethânia na primeira foto da matéria ?

    Responder

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