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Foto: Foca Lisboa/UFMG
Foto: Foca Lisboa/UFMG
Foto: Foca Lisboa/UFMG

Luís Araujo Pereira em Florações Professor e escritor | Publicado em 22 de novembro de 2020

Luís Araujo Pereira
Professor e escritor
22/11/2020 em Florações

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Cinco poemas de Chacal

[Curadoria de Luís Araujo Pereira]

[1]

A VOZ

não o verso que fala

mas a voz que o diz

não o metro medido

mas o som que o ativa


serena selvagem

sem rumo sem pouso

veloz vai a voz

em batismo de fogo


do umbigo à boca

investida a pelo

viajando ela vai

voz a palo seco


em tubos transversos

a plenos pulmões

ela agora se abisma

arco-íris de sons


em salões empoados

ou em praças vazias

quando uma voz ecoa

toda noite se dia


se no corpo não cabe

e na alma não pia

entre o sol e a sombra

toda voz se esguia

Letra elétrika (1994)

• • •


[2]

RIO

o rio é basicamente o mar

o mar e o amor

amor e mar

atlanticamente amar


o rio é basicamente o riso

humor amor

amor humor

para rolar de rir


água na boca é a guanabara

e o arpoador é joia rara


pelas curvas desse rio

ninguém vai morrer de frio

porque é só se espreguiçar

no sol que sai detrás do mar

A vida é curta pra ser pequena (2002)

• • •


[3]

POEMA PARA SER TRANSFIGURADO

quem somos

o que queremos

logo logo saberemos


por enquanto

sabemos

que um gesto

uma palavra

podem transformar o mundo


qual deles

qual delas

saberemos já já


essa a missão do artista:

experimentar


por isso somos precisos

por dar nossas vidas

pelo que – ainda – não é

pelo que – quem sabe – será


o que somos

o que queremos

saberemos juntos

já já

Belvedere (2007)

• • •


[4]

O POEMA DIGITAL

primeiro o poema nasce

como esse está nascendo agora.

não.

primeiro o poeta nasce.

e com ela a linguagem.

então, o poema nasce.

aqui nessa tela agora.

o poeta o articula

sai um barulho

ele harmoniza

abre uma janela:

entra um colibri

aí o músico, ai,

refaz o barulho

enfia uns bemóis

então vem a musa

num clic faz um clip.

onde tudo se funde

o ritmo no barulho

a cor na imagem

primeiro nasce o poema.

Murundum (2012)

• • •


[5]

ALÔ POETA (12)

hoje é sábado. você continua a escrever.

isso é bom. é favorável. é formidável.

você já ouviu o que você está escrevendo?

então pausa a escrita e fala o escrito.

cria dinâmicas. ritmos. ruídos. silêncios.

decora seus textos. repita-os à náusea.

dá pra limar uma sílaba ali uma palavra lá.

o poema, poeta, merece todo o cuidado, o vigor

na hora de fazê-lo circular (livro é apenas partitura).

em público, potência no corpo, segurança na voz.

o desejo de fazer sua reza ser nunca menos que a música.

nunca menos que a música. nunca menos que a música.

fazei valer seu amor, seu som e sua fúria, carajo.

mas antes de tudo, escreve bem.

Alô poeta (2016)

Perfil

Chacal, pseudônimo de Ricardo de Carvalho Duarte, nasceu no Rio de Janeiro no dia 24 de maio de 1951. É poeta, cronista, letrista e dramaturgo. Estudou Comunicação Social na UFRJ. Pertenceu à geração que utilizava o mimeógrafo para imprimir e divulgar os seus poemas. Junto com Francisco Alvim e Cacaso, participou em 1975 do grupo Vida de Artista. Logo em seguida, com Charles Peixoto, Bernardo Vilhena e Ronaldo Bastos, fundou o coletivo Nuvem Cigana, grupo que teve larga atuação na vida carioca no final da década de 1970. Ao lado de sua atividade poética, colabora com grupos de teatro escrevendo Aquela coisa toda e Recordações do futuro.  Além de crônicas e textos para serem encenados, escreveu os seguintes livros de poemas:  Muito prazer, Ricardo (1971), Preço da passagem (1972), América (1975), Quampérius (1977), Nariz aniz (1979), Olhos vermelhos (1979), Boca roxa (1979), Drops de abril (1983), Comício de tudo (1986), Letra elétrika (1994), A vida é curta pra ser pequena (2002), Belvedere (2007), Murundum (2012), Seu Madruga e eu (2015) e Alô poeta (2016). A sua obra poética está reunida no livro Tudo (e mais um pouco), publicada pela Editora34 em 2016. Como letrista, tem parcerias com Jards Macalé, Lulu Santos, Moraes Moreira, Rogério Duarte, banda Blitz, entre outros.

Tag's: Chacal, década de 1970, literatura, poesia, poesia brasileira, Poesia Marginal

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