• Sobre Ermira
  • Colunas
    • Aboios
    • Arlequim
    • Arranca-toco
    • Chapadão
    • Chispas
    • Dedo de prosa
    • Errâncias
    • Especial
    • Espirais
    • Florações
    • Margem
    • Maria faz angu
    • Matutações
    • Miradas
    • Mulherzinhas
    • No Goiás
    • NoNaDa
    • Pomar
    • Rupestre
    • Tabelinha
    • Terra do sol
    • Veredas
  • Contribua
  • Colunistas
  • Contato
  • Instagram
  • Facebook
  • YouTube
  • Twitter

ERMIRA

  • Instagram
  • Facebook
  • YouTube
  • Twitter
  • Sobre Ermira
  • Colunas
    • Aboios
    • Arlequim
    • Arranca-toco
    • Chapadão
    • Chispas
    • Dedo de prosa
    • Errâncias
    • Especial
    • Espirais
    • Florações
    • Margem
    • Maria faz angu
    • Matutações
    • Miradas
    • Mulherzinhas
    • No Goiás
    • NoNaDa
    • Pomar
    • Rupestre
    • Tabelinha
    • Terra do sol
    • Veredas
  • Contribua
  • Colunistas
  • Contato
Foto: Layza Vasconcelos
Foto: Layza Vasconcelos
Foto: Layza Vasconcelos

Valbene Bezerra em Arlequim Jornalista | Publicado em 2 de julho de 2021

Valbene Bezerra
Jornalista
02/07/2021 em Arlequim

  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Google +
  • Compartilhar no WhatsApp
← Voltar

Teatro de resistência


Tudo começou na antiga Escola Técnica Federal de Goiás, hoje Instituto Federal de Educação, há 25 anos, quando quatro garotos apaixonados por teatro decidiram criar a Cia. Nu Escuro, com o aval dos professores Reginaldo Sadi e Sandro di Lima. O que é melhor em tudo isso é que ainda hoje dois daqueles futuros profissionais do teatro se mantêm na gestão do grupo, considerado um dos mais longevos e coesos de Goiás. Hélio Fróes e Lázaro Tuim continuam firmes e fortes comandando a trupe formada por Izabela Nascente, Adriana Brito, Abílio Carrascal e Eliana Santos.

Apesar de todos os percalços provocados pela pandemia do novo coronavírus e driblando dificuldades de todo o tipo, o coletivo estreia o novo espetáculo Barbas, uma websérie em quatro episódios, que estará em cartaz no Instagram/ www.instagram.com/ciadeteatronuescuro neste sábado (03/07) e nos dias 7, 10 e 14 de julho, sempre às 20 horas. Um documentário sobre todas as etapas da produção foi elaborado e poderá ser acessado no Youtube. Nos dias 5, 12 e 17 de julho serão promovidas lives sobre o espetáculo no Instagram da Cia. Nu Escuro.

Com dramaturgia de Izabela Nascente, Adriana Cruz e Rô Cerqueira,  Barbas é a 16ª produção da companhia em seu jubileu de prata, e um marco em sua extensa carreira não só pelo  formato audiovisual, mas também pela estreia na internet. O patrocínio é do Fundo Estadual de Cultura 2018.

Barbas terá quatro episódios, totalizando uma hora e 10 minutos, tempo de duração do espetáculo no palco. Importante ressaltar que a produção nasceu a partir da dissertação de mestrado em Performances Culturais que a diretora Izabela Nascente defendeu na Escola de Música e Artes Cênicas da UFG há quatro anos, intitulada O Freak Show e Julia Pastrana. A pesquisa baseou-se na história de Julia Pastrana, artista do século 19 que trabalhava com freak shows, manifestação bizarra muito usual nos circos. Na composição da dramaturgia, Izabela inseriu suas próprias vivências pessoais e das mulheres vítimas de violência e preconceito.   

  

Bonecos do espetáculo Barbas. No alto, os atores e diretores Izabela, Adriana e Lázaro Tuim. Foto: Layza Vasconcelos

Atriz, diretora e bonequeira, Izabela Nascente mantém fidelidade à linguagem da companhia acentuada pelo grotesco e pelo teatro de animação. Confeccionados com esmero, os bonecos manipulados por ela, Adriana Brito e Lázaro Tuim transformam-se nos personagens em cena, como  Marabel, uma menina de 11 anos que perde a irmã, e com isso também sua inocência e suas referências de alegria. A mãe também adoece, torna-se triste, desanimada e sua melancolia acaba por contaminar a garota. Abatida, em busca de um refúgio, Marabel mergulha em uma outra dimensão, o mundo freak, onde tudo lhe parece mais interessante. É nesse lugar que Marabel encontra Julia Pastrana, a mulher que, para deixá-la feliz, a conduzirá ao mundo da bizarrice, para que ela supere a tristeza.

Dedicação      

Integrante do coletivo há 23 anos, Izabela Nascente, 44 anos, dedica tempo integral ao trabalho artístico. Participa de todas as etapas da produção, desde a elaboração da dramaturgia até a confecção dos bonecos, que desta vez contou com a colaboração de Marcos Lotufo, Francisco Guilherme e Rita Alves.  Lotufo criou o cenário. Há meses o espetáculo vem sendo delineado. A maioria dos ensaios foi realizada diariamente pela plataforma Zoom, uma vez que todos os atores estavam de quarentena por causa da pandemia.  Cada ator fazia o dever de casa, preparando-se individualmente. Quando foi possível gravar, o elenco principal fez teste de Covid-19. As gravações foram feitas no Teatro Goiânia Ouro com uma equipe reduzida, para evitar aglomeração.

Dedicação, disciplina, estudo, trabalho e acima de tudo muita paixão pelo que faz. Estes são os segredos da Cia. Nu Escuro para produzir teatro de alto nível desde 1996. Nesses 25 anos de carreira, apresentou-se em diferentes palcos de dezenas de cidades de norte a sul do País, participou de importantes festivais e projetos como o Palco Giratório do Sesc, uma oportunidade almejada por todos os atores de teatro. Foram 59 apresentações e mais de 300 sessões de Plural, espetáculo de bonecos que encanta crianças e adultos

Desde o primeiro espetáculo, 3×3, dirigido por Sandro di Lima, seu primeiro diretor, o grupo já mostrava que não estava apenas brincando de fazer teatro na escola. Com Hélio  Fróes, Lázaro Tuim, Mackeidy Lisita (hoje atuando na Rede Globo como dublador e locutor) e Michael Valim (atualmente na TV UFG), a Nu Escuro engatou várias produções chamando atenção no palco e na rua.  Um dos grandes méritos da companhia é o  elenco estudioso, preocupando em oferecer o melhor ao seu público. Daí não faltar disposição para a pesquisa, o aperfeiçoamento e a atualização.

Todos os cinco integrantes fixos, além dos colaboradores, têm curso superior e mestrado, são professores de teatro em escolas de Goiânia e têm outros interesses profissionais para complementar a renda. Izabela dirige, confecciona bonecos, cenários e figurinos para outras companhias. Adriana Brito e Eliana Santos atuam em cinema. Abílio Carrascal é músico, e Lázaro Tuim é coreógrafo e professor de Educação Física.  Hélio Froés é dramaturgo e diretor.  “Fomos nos renovando, reconhecendo e respeitando o trabalho do outro”, destaca Izabela.  “Resistimos porque aprendemos a produzir, a fazer os nossos próprios projetos, a dirigir, a pesquisar”, salienta Izabela Nascente, que dirige sua quarta produção para a companhia.

Resistência

Chefes de família e preocupados com a sobrevivência, Izabela, Adriana, Eliana, Tuim e Carrascal são exemplos para muita gente do meio cultural pela perseverança, pelo companheirismo e pela parceria. Com isso a rede de agregados e pessoas interessadas em trabalhar com eles só cresce. “Nossa amizade vai além do teatro. Com a convivência, a gente vai compreendendo a personalidade do outro”, revela a diretora.

Isso não quer dizer que não haja controvérsias entre eles, mas tudo é discutido antes da tomada de decisões, até no quesito economia. “Temos um acordo de fazer uma reserva para os momentos difíceis, como esse que estamos enfrentando agora. Apesar de termos o Fundo Estadual de Cultura, tem hora que é preciso ter algum dinheiro em caixa.”  As crises foram contornadas com muito diálogo e panos quentes. “Já não somos jovenzinhos. Temos responsabilidades. Ninguém pode ficar parado”, explica Izabela.

Ano passado, todos ficaram sem trabalhar. Foi difícil para todo mundo. Felizmente o elenco se mantém com as aulas em escolas públicas ou privadas, diferentemente de dezenas de artistas que enfrentam a pandemia sem ter um salário fixo.  Parceiros da Oficina Cultural Gepetto, o grupo ensaia e se reúne no local quando é possível. Em tempo de pandemia os encontros presenciais estão suspensos.

Ficha técnica

Espetáculo: Barbas

Texto: Izabela Nascente, Adriana Cruz e Rô Cerqueira

Direção: Izabela Nascente

Elenco: Izabela Nascente, Adriana Brito e Lázaro Tuim

Dias: 3, 7, 10 e 14 de julho

Horário: 20 horas

Onde: Instagram da Cia. Nu Escuro

 www.instagram.com/ciadeteatronuescuro

Tag's: artes cênicas, Cia. Nu Escuro, Teatro, teatro de bonecos, teatro goiano

  • Ferocidade e lucidez – o desencantamento do mundo de Pierre Bourdieu

    por Gilberto G. Pereira em Veredas

  • Na calçada

    por Luís Araujo Pereira em Espirais

  • A arte musical do bate-papo

    por Roberto Mello em Aboios

  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Google +
  • Compartilhar no WhatsApp

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Deixe um comentário (cancelar resposta)

O seu endereço de e-mail não será publicado. Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

ERMIRA
  • Instagram
  • Facebook
  • YouTube
  • Twitter