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Foto: Acervo pessoal
Foto: Acervo pessoal
Foto: Acervo pessoal

Luís Araujo Pereira em Florações Professor e escritor | Publicado em 27 de fevereiro de 2022

Luís Araujo Pereira
Professor e escritor
27/02/2022 em Florações

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Cinco poemas de Paulo Manoel Ramos Pereira

[Curadoria de Luís Araujo Pereira]

[1]

A mácula

Você maculará a magia maior,

a vida, com a magia menor,

a poesia. Porque a ti só te resta

encarar a desfaçatez do mundo

por uma fresta de beatitude

e imaginação; por um artifício

de beleza emprestado aos profetas.

E maculará a lógica de seu tempo,

os inquisidores de sua cidade,

com um pedaço de treva grega

ou de copiosa trova portuguesa.

E não tirará proveito algum

que valha da pena um testamento,

mas nem por isso corará de ombreá-la

com o sabre, o fuzil e o canivete.

O teatro de sombras (2021)

***


[2]

A metafísica da goiaba

Eu me pertenço como

a goiaba à goiabeira:

definitivamente parte,

até o momento vertiginoso

que desgarre-me do todo.

E então fico entregue –

a vermes que me cavucam

as carnes; às bocas belas

que me devoram; ou feias

e banguelas que a mim

cospem. Eu pertenço-me

para somente: abandonar-me

e depois regressar: semente.

O teatro de sombras (2021)

***


[3]

Na terceira década do século XXI

Algumas coisas fazemos

apenas para lembrar

que o mundo acabou.

Abastecer o carro, ouvir

Paulo Vanzolini e marcar consultas:

são bons exemplos.

Algumas coisas faremos

para resgatar o mundo

de seu estado terminal.

Pensemos enterrá-lo.

(Já é um destino mais digno,

já é um rito a menos.)

O teatro de sombras (2021)

***


[4]

Eu: todo mundo

E, portanto, administro

o peito que é feito

de cinzas (em respeito

às brasas do sinistro


passado). Ali registro

a vergonha, os efeitos

da infâmia, os defeitos

de Cristo. Os administro


porque a rigor eu quero

os suplícios todos

para mim. (Tenho esmero,


uma cama de lodo,

e um verso bem sincero:

não sou parte do todo?)

O teatro de sombras (2021)

***


[5]

Constatação em face da obra-prima que postergo

Ninguém escreverá

a obra-prima que postergo.

A obra de que o Diabo

me desvia, pois Deus

está bastante cego.


Como ninguém rabiscou

um pinto enrijecido

nas carteiras do colégio

– eu não as houvesse

bem abastecido.


Em meu lugar jamais

outro (meu duplo,

meu anjo, o Tinhoso)

fará o indispensável.

Sou orgulhoso.

O teatro de sombras (2021)

Paulo Manoel Ramos Pereira, nasceu em 1998 em Goiânia-GO, onde reside. Cursa Direito na Universidade Federal de Goiás. É autor de O teatro de sombras (Kotter Editorial, 2021). Participou da curadoria de Antologia clandestina (Goiânia Clandestina, 2017) e Antologia clandestina II (Goiânia Clandestina, 2021). Escreve ensaios acerca de literatura e artes correlatas para Ermira Cultura e Revista Clandestina. Ao longo dos anos, publicou diversos fanzines de poemas, e textos de sua autoria foram veiculados em jornais de abrangência regional. Traduziu vários autores para blogs e plaquetes de iniciativa independente. Revisou, ainda, algumas publicações de editoras de pequeno e médio portes.

Tag's: literatura, O teatro de sombras, Paulo Manoel Ramos Pereira, poesia, poesia goiana

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