Um pouco de história. Quem sabe até de histeria, ou até mesmo hystoeria, como queria o neologismo de Lacan. Para os que não abriram mão de trabalhar conjuntamente com estrutura (linguagem) e História/história/estória, qualquer que seja o estatuto epistemológico dessas palavras, lá vai. Quando a Fazenda Freudiana de Goiânia ainda tinha permissão de existir, discutíamos coisas assim em 29 de outubro de 1999, durante a VII Jornada de Psicanálise que os não cansados ainda tinham ânimo de fazer. Uma indagação sobre o capitalismo e suas eventuais ligações com o inconsciente. Hoje, se admitimos que o inconsciente é real, para além do conceito fundamental da psicanálise inaugurada por Freud, sabemos que qualquer coisa que se diga do inconsciente é demasiada, se o respeitamos como acrônico, alteritário e incognoscível.
É muito bonitinho dizer que o inconsciente é azul, também topo, mas é muito. Respeitamos ou não sua “natureza” incognoscível? Não é por isso que devemos calar, como queria Wittgenstein. Ao contrário, aí mesmo é que a gente dana a falar, sabendo que a verdade fala, que a fala nos faz gozar, e até frequentar uma sessão analítica, sem esperanças de uma cura médica, mas, quem sabe, correndo o risco de uma subversão em nossas vidas, o risco do corajoso medo, produzindo até mesmo alguns efeitos terapêuticos, desde que não sejam buscados a priori pelo analista. Melhor falar bobagens do que calar besteiras. Só depois é que daremos conta de se a aventura que nos livrou de uma existência malograda terá ou não sido. Acontecências. Vamos hesitando, mantendo o sujeito da dúvida no que é produtivo, ao contrário da dúvida paralisante do neurótico. Fora das certezas cegantes da militância obstinada. Religião.
Foi assim que escrevi:
– Em primeiro lugar, gostaria de dizer algumas palavras sobre a escolha do tema da nossa sétima jornada de psicanálise. Estamos atentos ao momento que atravessa nosso país, perturbado por sucessivas crises financeiras, intranquilizado pelas manobras especulativas do capital financeiro que se sobrepõe ao capital produtivo e desestabiliza governos e instituições, afetando nossa soberania e nossa qualidade de vida. Os psicanalistas brasileiros cada vez mais se sensibilizam para os efeitos clínicos dessas questões que compõem os fenômenos da globalização.
Por isso, a Fazenda Freudiana de Goiânia convidou os psicanalistas Horus Vital Brazil, da Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle, do Rio de Janeiro, e que esteve conosco em 1996, quando a IV Jornada discutiu “Poder e Ética em Psicanálise”; Márcio Peter de Souza Leite, da Escola Brasileira de Psicanálise, de São Paulo, e que também esteve conosco em 1997, quando a V Jornada discutiu “A psicanálise na cultura e a formação do analista”; o jornalista Washington Novaes, de Goiânia, e o historiador Sérgio Paulo Moreyra, também de Goiânia. Todos debaterão conosco os efeitos da globalização na subjetividade contemporânea, seja na dimensão da clínica, seja na dimensão da cultura e da comunicação.
A historiadora francesa Elizabeth Roudinesco, em recente viagem ao Brasil, declarou ao jornal O Globo, de 27 de abril deste ano, que “o futuro da psicanálise está na América Latina”. Trata-se de um reconhecimento significativo por parte de uma especialista do chamado Primeiro Mundo, que também atesta o alto nível da psicanálise que se pratica no Brasil, dentro e fora das universidades, graças à sua presença nas mais diversas modalidades da clínica.
A Fazenda Freudiana também está fazendo uma aposta no futuro, e se associa à excelência dos seus convidados, acreditando que assim está contribuindo para a elucidação dos efeitos do laço social capitalista, e para a devida importância que as questões culturais vêm recebendo no estado de Goiás.
Dito isto, voltemos à indagação: o inconsciente é capitalista? Caso essa afirmação seja verdadeira, quais as consequências disso, o que decorre daí, tanto para a prática quanto para a teoria de um psicanalista? Gostaria de ressaltar a função indagativa com que me oriento nessas questões, deixando de lado a pretensão de uma resposta cabal e definitiva.
Se a psicanálise não é, em si mesma, de direita ou de esquerda, já que se baseia justamente num conceito fundamental, o inconsciente, definido por Lacan como tendo uma estrutura radical de linguagem[1], como sendo acrônico, tendo valor de sobredeterminação da ação psíquica[2] e sendo, em última instância incognoscível, como queria Freud[3], revelando uma hiância intransponível para todo e qualquer falante, nada disso impediu que, ao longo de cem anos de história da invenção freudiana, os psicanalistas defendessem posições político-ideológicas num amplo espectro que varia do reacionarismo à subversão.
Até aí, nada demais. Todo mundo tem direito a defender uma posição política. A coisa pega quando as preferências, as idiossincrasias, as particularidades de um psicanalista são habilmente apresentadas como universalidade, apoiada nos ditos dos grandes mestres, como Freud e Lacan. A manobra que apresenta o particular como pretensa universalidade já fora denunciada por Marx, na crítica do sistema especulativo de Hegel, e no exame dos interesses de uma classe em ascensão, a burguesia. Trata-se justamente do engano ideológico por excelência, a ideologia naquilo que ela carrega em si como um sintoma[4]. Aliás, foi Lacan o primeiro a dizer que Marx é o inventor do sintoma[5], além de ter sido o precursor do estádio do espelho[6], proposições que a esquerda ignora ou desconhece [no sentido de nada querer saber disso, preferindo enveredar pelo caminho da sustentabilidade – que não vai dar certo, ou vai dar só para alguns, os ricos – ajudando assim a aprimorar o capitalismo].
É possível afirmar dogmaticamente que o inconsciente é capitalista? Para alguns psicanalistas, sim. Por exemplo: com base em algumas afirmações de Lacan, o psicanalista MDMagno defendeu em 1986-7 as seguintes posições:
“Por que Lacan chega a dizer que o ICS é capitalista? Ora, qualquer economista de respeito sabe muito bem que os limites da calculação econômica estão circunscritos pelo ciclo do desejo do falante. Donde a Economia, por mais rigor que se lhe aplique, seja tal rigor filosófico ou matemático, não passar de uma das ditas ‘ciências humanas’, todas elas dependentes de alguma concepção da linguagem (desejante) e de seus efeitos inconscientes em formações discursivas.
Ainda outro dia, num jornal de TV, o nosso caro Gordo, o clown Jô Soares criticava um Ministro de Estado. Este teria dito, diante da tela marrom do jornalismo, que a inflação (nesse momento, galopante) era fundamentalmente uma questão psicológica. (sic) Ao que retrucou o nosso engraçado: ‘a gente não sabe se deve ‘internar’ a inflação … ou o Ministro.’ Só que desta vez, o Ministro ganhou do Cômico. Pois que qualquer inflação é, na verdade, fundamentalmente uma questão… não direi psicológica, pois que estaria errado … mas metapsicológica, de acordo com o conceito freudiano de ICS.
Para nós, não há a menor dúvida de que a única economia (oicos–nomos, aliás impossível) compatível com o movimento espontâneo das transações do falante é aquela (aliás, capitalista) de Mercado. A Economia de Mercado (latu sensu) é a única convergente com o movimento articulatório do ICS e, portanto, congruente com a teoria psicanalítica.
Qualquer intervenção, de Mestria, na Economia de Mercado, como por exemplo a Economia Marxista, recai imediatamente na Neurose Obsessiva tal como ela se caracteriza nas religiões. Não é por nada essa hainamoration da Igreja Católica com o Comunismo Universal. Nenhuma ‘Ditadura do Proletariado’ é viável – se ela fosse (pelo menos) possível, jamais teria existido nenhum proletariado. Qualquer Estado que aparentemente se apresente em qualquer tempo como dependente de tal estrutura será, no mínimo, mentiroso. Tratem de desvelar o verdadeiro Ditador por detrás desse proletariado.
E não é preciso ser Cristão nem Comunista para se interessar pela perene diminuição do Mal-Estar e mesmo agir em seu favor. Não é a golpes de estatização (maternalista – e não paternalista) da economia que vamos resolver a neura social. Uma razoável economia de mercado não leva necessariamente à pauperização de grupos ou mesmo de massas: essa pauperização – sintomaticamente – já estava lá, desenhada no gosto da servidão.
Daí a ‘função social’, como gostam de dizer, da Psicanálise. Sua postura – a única verdadeiramente revolucionária porque conservadora da tradição – é a de tratar, dentro do que chamei de Clinica Geral, da Outra Economia, isto é, da Economia Libidinal. Só por essa intervenção – embora precária – é que se poderia promover a cura desse muito prazer na servidão, o qual impede qualquer gozo (fruição) do embate superativo no mercado, isto é, na feira sócio-cultural.
Pois o horror do Escravo é o pavor da Castração. É claro que, numa simples economia de mercado, as diferenças espontaneamente apareceriam – e mesmo diferenças brutais. Porém, a intervenção do Estado não deveria ser a de tentar sanar diretamente (populismo) essas diferenças (econômicas), mas indiretamente promover a cura para que os menos dotados tivessem novas condições de competição. Ao invés do milagre idiota da multiplicação (e distribuição) dos peixes, que se providenciasse a multiplicação e distribuição dos caniços e anzóis (Marx). Ainda assim, a diferença, mesmo econômica, persistiria, mas sem a brutalidade com que ora se exprime, e com a justificativa do gradus de (mais aproximadamente verdadeira) competência nas competições. Quem sabe?”[7] .
Parece que tudo começou com uma analogia usada por Freud na sua obra inaugural A interpretação dos sonhos (1900). Para ilustrar a relação entre os resíduos diurnos e o desejo inconsciente na formação dos sonhos, Freud diz o seguinte: “Um pensamento diurno pode muito bem desempenhar o papel de empresário para o sonho, mas o empresário, como o povo diz, tem a ideia e a iniciativa para executá-la, não pode fazer nada sem capital; ele precisa de um capitalista quepossa permitir-se o dispêndio e o capitalista que provê ao dispêndio psíquico para o sonho é invariável e indiscutivelmente, sejam quais forem os pensamentos do dia anterior, um desejo oriundo do inconsciente.”[8] Freud gostava tanto dessa analogia que a repetiu duas vezes, pelo menos: no “Caso Dora”[9] e nas “Conferências Introdutórias”[10]. Então, temos claramente dito por Freud que o desejo inconsciente é capitalista, que seria dotado de uma certa energia psíquica, o capital, indispensável para a formação dos sonhos. Mas será que podemos reduzir o conceito de inconsciente ao desejo, ou à pulsão? Se, para Lacan, “o inconsciente se estrutura como uma linguagem”, se “o inconsciente é aquilo que se diz”, há, pelo menos, três dimensões em jogo: desejo, pulsão e linguagem. E é do próprio Freud a afirmação de que o inconsciente não se reduz ao recalcado[11].
No Seminário 17, O avesso da psicanálise (1969-1970), Lacan apresenta a sua teoria dos quatro discursos: o do mestre, o do universitário, o da histérica e o do analista[12]. São quatro possibilidades discursivas, frequentáveis por qualquer falante, e que não excluem a emergência de novas possibilidades. Exatamente, uma nova emergência foi o que se deu com o quinto discurso, o chamado discurso do capitalista, que Lacan formulou em Milão, em 1972. Fato curioso é que, segundo afirmam alguns comentadores, Lacan só se referiu à escritura desse discurso uma única vez[13].
Seja como for, o fato é que o próprio Lacan estabeleceu uma equivalência entre o discurso do mestre e – atenção – o discurso do inconsciente[14]. Foi a equivalência de estrutura entre o inconsciente e o discurso do mestre que permitiu a seguinte leitura, comum entre autores lacanianos:
“O mestre deve ser obedecido – não porque nos beneficiaremos com isso ou por alguma razão deste tipo – mas porque ele assim o diz. Não há razão para que ele tenha poder: ele simplesmente tem. O mestre dirige-se ao escravo. O escravo, ao trabalhar duro para o mestre, aprende algo: ele vem a encarnar o saber (saber entendido como algo produtivo). O mestre não se preocupa com o saber: contanto que tudo funcione, contanto que seu poder seja mantido ou aumente, tudo está bem. Ele não tem interesse nenhum em saber como ou porque as coisas funcionam. Considerando o capitalista como mestre e o trabalhador como escravo, o objeto (a)… representa o excedente produtivo: a mais-valia. Esse excedente, derivado da atividade do trabalhador, é apropriado pelo capitalista e poderíamos presumir que ele, direta ou indiretamente, proporciona algum tipo de prazer a este último: o mais-gozar. O mestre não pode mostrar nenhuma fraqueza e, consequentemente, oculta com cuidado o fato de ele, como qualquer um, é um ser da linguagem que sucumbiu à castração simbólica: a divisão entre o consciente e o inconsciente acarretada pelo significante é velada no discurso do mestre e aparece na posição de verdade: a verdade dissimulada”.[15]
Então as coisas são assim simplesmente porque são assim, mas será que o que tem sido será sempre assim? Lacan, em 1966, chamava a atenção para a importância que dava à história, a tal ponto que ela lhe parecia “coextensiva ao registro do inconsciente”, chegando a concluir que “o inconsciente é história”[16].
Trata-se, hoje, de uma constatação banal: o capitalismo é uma formação social, um sistema, que justamente se fortalece pela incorporação de tudo aquilo que se apresenta como denúncia ou contestação. É uma propriedade extremamente singular que vem jogando na impotência todos os movimentos que pretendem erradicá-lo. De onde procede tamanho vigor? Deve-se apenas à fetichização do dinheiro, “o mais aniquilante dos significantes”, “o lugar onde todas as significações se anulam”, segundo Lacan?[17] . Deve-se à nossa cultura do narcisismo, da paranoia, da perversão?
As leituras ideológicas que pretendem eternizar o capitalismo, apoiando-se no dito de que o inconsciente é capitalista, deixam de mencionar que nos anos 70 Lacan considerou duas saídas do capitalismo: a santidade[18], que, obviamente não está ao alcance de todos, e muito menos dos psicanalistas, e a morte pela consumação. Depois de reconhecer que o capitalismo é loucamente astucioso, mas destinado à morte, Lacan prevê que o sistema “funciona como se estivesse sobre rodinhas, não pode funcionar melhor mas, justamente anda rápido demais, se consome, se consome tão bem que se consuma”[19].
Seria então o caso de dizer: uni-vos, lerdos de todo o mundo.
Podemos passar à discussão?
[P.S. – A Fazenda Freudiana sempre recebeu principescamente os seus convidados. Honorários, passagens, estadias, turismo, alimentação, e sobretudo o calor humano que os goianos, quando querem, são mestres em esbanjar. Também os cineastas premiados pelo FICA surpreendiam-se com a generosidade das remunerações. Qual não foi o tamanho do meu espanto quando ouvi do finado Márcio Peter as seguintes palavras ditas durante um almoço de confraternização: “Não pensem vocês que se forem a São Paulo vão receber o mesmo tratamento.” Na lata. Só consigo me lembrar de Criolo e Milton Nascimento cantando “não existe amor em São Paulo”, mas isso é apenas uma frase. Ou não? O que isso tem a ver com o inconsciente capitalista?]
[P.S. 2 – A página 86 do Seminário 5 de Lacan sobre As formações do inconsciente (1957-1958)diz o seguinte: “Alguns de vocês estão bastante familiarizados, creio, com Das Kapital. Não me refiro à obra integral – quem terá lido. O Capital ! – mas ao primeiro livro, que em geral todo mundo leu. Prodigioso livro primeiro, superabundante, que mostra, coisa rara, alguém que sustenta um discurso filosófico articulado. Peço-lhes que se reportem à página em que Marx, no plano da formulação da chamada teoria da forma particular do valor da mercadoria, revela, numa nota, ser um precursor do estádio do espelho. Nessa página, Marx formula a proposição de que nada pode instaurar-se das relações quantitativas do valor sem a instituição prévia de uma equivalência geral. Não se trata simplesmente de uma igualdade entre tantas ou quantas varas de tecido. É a equivalência tecido-roupa que tem de ser estruturada, ou seja, que roupas possam representar o valor do tecido. Não se trata mais, portanto, da roupa que vocês possam usar, mas do fato de que a roupa pode tornar-se o significante do valor do tecido. Em outras palavras, a equivalência necessária logo no início da análise, e sobre a qual se assenta o chamado valor, pressupõe, por parte dos dois termos em questão, o abandono de uma parcela muito importante de seu sentido.” Estamos no âmbito de uma teoria do valor. Quando Lacan diz que “o estatuto do inconsciente é ético e não ôntico”, também está se referindo a um campo de valores. Marx distingue valor de uso (talheres de estanho) e valor de troca (talheres de prata, sinal de prestígio na compra e na venda). O inconsciente é capitalista? Façam sua aposta.]
[1] “A direção do tratamento e os princípios de seu poder”, in Escritos, J. Lacan, 1998, Jorge Zahar Editor. RJ, p. 600.
[2] O sujeito da dúvida e a retórica do inconsciente, H.V. Brazil, 1998, Imago, RJ, p. 14.
[3] “O inconsciente”, S. Freud, 1995, E.S.B, v. XIV, RJ, p. 191-194.
[4] O mais sublime dos histéricos – Hegel com Lacan, S. Zizek, 1998, Jorge Zahar Editor, RJ, p. 139-141.
[5] “Do sujeito enfim em questão”, in Escritos, J. Lacan, 1998, J. Zahar Editor, p. 235, e “R.S.I.” in Ornicar?, 4, Paris, p. 91-106..
[6] “As formações do insconsciente”, J. Lacan, O Seminário, Livro 5, J.Z. Editor, 1999, RJ, p. 86.
[7] O sexo dos anjos, MDMagno, 1988, aoutra editora, RJ, p. 243-244.
[8] “A interpretação dos sonhos”, S. Freud, 1995, E.S.B., vol. V, RJ, p. 597.
[9] “Fragmentos da análise de um caso de histeria”, S. Freud, 1995, E.S.B., v. VII, RJ, p. 84.
[10] “Conferências introdutórias sobre psicanálise”, S. Freud, 1995, E.S.B., v. XV, p. 270.
[11] “O inconsciente”, id.ib., p. 191.
[12] “O avesso da psicanálise”, O Seminário, Livro 17, J. Z. Editor, RJ, 1999, p. 27.
[13] Ensaios sobre a topologia lacaniana, Marc Darmon, Artes Médicas, 1994, Porto Alegre, p. 223-225.
[14] “La Troisième”, in Lettres de l’École Freudienne de Paris, n. 16, 1975, citado por Sidi Askofaré no texto “Sintoma social”, in Gozai, coletânea org. por Ricardo Goldenberg, Álgama, 1997, Salvador, p. 184.
[15] O sujeito lacaniano, Bruce Fink, J. Z. Editor, 1998, RJ, p. 160.
[16] “As pessoas fazem uma oposição grosseira entre a estrutura que seria sincrônica, portanto fora da história, e a dialética, que seria diacrônica, mergulhada no tempo. Mas é inexato. Retomem, na minha obra, o texto que se chama ‘O Discurso de Roma’ e vocês medirão a importância que dou à história, ao ponto que ela me parece coextensiva ao registro do inconsciente. O inconsciente é história. A vivência é marcada por uma historicidade primeira”. (Entrevista de Lacan a Gilles Lapouge, Figaro Littéraire de 19 de dezembro de 1966, citado em Gozai, id.ib, 183).
[17] Citado por Charles Melman in Gozai, p. 123.
[18] “Quanto mais somos santos mais rimos, é meu princípio, e até mesmo a saída do discurso capitalista –, o que não constituirá progresso se for somente para alguns”. (1974) “Televisão”, J. Lacan, 1993, J. Z. Editor, RJ, p. 34.
[19] “Du discours psychanalytique”, J. Lacan, in Bulletin de l’Association Freudienne, n. 10, Paris, Ed. l’A.F., dezembro, 1984.