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Foto: Álbum de família
Foto: Álbum de família
Foto: Álbum de família

Luís Araujo Pereira em Florações Professor e escritor | Publicado em 14 de fevereiro de 2021

Luís Araujo Pereira
Professor e escritor
14/02/2021 em Florações

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Cinco poemas de Antônio Geraldo Ramos Jubé

[Curadoria de Luís Araujo Pereira]

[Seleção dos poemas e texto do perfil de Goiandira Ortiz e Miguel Jubé]

[1]

Pórtico

Há que dizer uma palavra

e não posso.

Há que dizer o desejo

que todos sentem

de ser feliz.


Nós não inventamos a maldade.

Quem plantou no terreno a erva amarga,

cujo fruto, dia a dia, provamos,

de medo, violência e morte?


Bem queria cantar uma palavra

e não posso.

A rima é difícil

neste tempo em que rezamos em voz baixa

(o ouvido de Deus está fechado).


A luta é nossa, companheiro!

Quando todos tivermos morrido

nascerá do sangue

a manhã nova.

***


[2]

Praça Cívica

Praça Cívica: o relógio velho

convoca em concílio o voo dos pombos.

Quieteza dos fícus manipuláveis,

onde os bancos gravam no colo de cimento

uma forma que ali pousou ausente.

O vazio de um corpo que repousou um instante

numa manhã memorável.


Na Praça Cívica, a saudade

das paradas estudantis frente o palanque.

Palácio das Esmeraldas

– o povo constrói palácios para o príncipe

e vive ao deus-dará.


Outono, velha e cansada imagem, folhas caídas…

– Quem disser que isto não é literatura

que vá pela praça no mês de Maio,

às dez horas da manhã…

***


[3]

Interlúdio rural

Os galos cantam na madrugada do Setor Oeste.

– Não te parece extraordinário?

A urbe cresceu, preencheu todos os espaços

na concretude arquitetônica dos edifícios

que galgam os céus!


No entanto,

galos cantam nas cercanias.

Há um frescor rural próximo,

onde se adivinham quintais, chácaras,

onde os galos convocam a manhã.

***


[4]
Rosa no orvalho

As rosas, as rosas, quem as ama?

Há na sala uma jarra e uma rosa,

uma rosa rubra na jarra da mesa.


Quem me deu a rosa ensanguentada?


Ah, o perfume da velha madrugada!

O canto do galo solitário

                               e a flor se abrindo

no orvalho silencioso.

***


[5]

Soneto de carnaval

Ferve a cidade na loucura: Momo

anda desenfreado. Eu, insubmisso,

volto o rosto aos prazeres e retomo

meus silenciosos hábitos. Por isso,


vou submergir-me nesta noite, como

uma pedra lançada na água. Omisso

na vida transbordante. O rumo tomo

da estrela que perdi. Oh, tem feitiço


a noite indevassada! Possuí-la

quero nos seus segredos; intranquila

minh’alma lhe penetra o seio. Existe


dentro da noite o grande bem que ponho

no arcabouço de luz de um sonho. Sonho que

é bem supremo para um homem triste.

Perfil

Nascido na cidade de Goiás em 29 de janeiro de 1927, ao longo da vida, Antônio Geraldo Ramos Jubé dividiu seu tempo entre as salas de aula, os grupos literários, os estádios de futebol e a carreira na Justiça, além das colunas de jornal, falando de futebol e literatura. Coordenou o Jornal Oió com seu amigo Jesus Barros Boquady, com quem fundou também o jornal Primeira Hora, em Brasília. Esteve ao lado de Bernardo Élis nos suplementos literários dos jornais 4º Poder e Folha de Goiaz, entre as décadas de 1960 e 1970. Foi secretário do jornal Goiás Moço, dirigido por Isorico Barbosa de Godoy, Wilson Democh e Edson Alves de Castro. Graduado em Direito (UFG) e em Letras Neolatinas (PUC-GO), foi professor de Literatura na Universidade Católica de Goiás, atualmente PUC-GO, e promotor de Justiça. Em 1947, fez sua primeira publicação, na plaquete do Primeiro Concurso de Poesia, realizada e editada pela Escola Técnica Federal, atual IF-Goiás. Em seguida, publicou as obras: Duas elegias (1948), Cantigas do meu amor (1950), Últimos poemas (1950), Ressurreição e outros poemas (1952), Iara (1954), Síntese da história literária de Goiás (1978), Flauta andarilha e outros poemas (1984), Lira-vilaboense (1984), Antologia poética (1995, organização de Darcy França Denófrio), Calendário (2006, seu último édito em vida), além do póstumo Terra verde (2012). Faleceu em Goiânia, em 2010, deixando os seis livros e as três plaquetes de poemas éditos, além de artigos, um importante livro de historiografia literária (Síntese da história literária de Goiás, reedição no prelo da martelo) e extenso material inédito. Sai em março deste ano, pela martelo casa editorial, sua Poesia completa e prosa [1944-2010], com organização e introdução de Goiandira Ortiz e Miguel Jubé, ilustrações de Fernando Simon e com subsídio do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás. O livro reúne seus livros éditos, material inédito e seleção de prosa ao longo de sua extensa vida produtiva.

Tag's: Antônio Geraldo Ramos Jubé, poesia, poesia brasileira, poesia goiana

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