Uma cerimônia do Oscar é mais que uma celebração. É também uma encenação. Nada que fuja do espírito de uma Academia de Cinema, afinal é de criação, ilusões e algumas doses de verdade que vive esta que é uma das indústrias mais poderosas do mundo. Na festa deste ano, a 89ª da história, não é diferente. Por isso, Ermira traz os nomes e tendências que, independentemente de ganharem ou não a estatueta, ingressam, a partir de agora, em um seleto grupo que vai exercer influência no cinema mundial nos próximos anos.
1. Casey Affleck
Até pouco tempo atrás pouca gente reparava no irmão mais novo do astro Ben Aflleck. Ele fez algumas participações menores – era um dos vigaristas da franquia Onze Homens e Um Segredo. Em 2008 foi indicado pela primeira vez como Ator Coadjuvante no muito bom O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford. Mas agora, com a indicação na categoria de Melhor Ator por Manchester À Beira Mar, sua carreira muda de patamar. Ele já faturou vários dos principais prêmios da temporada e dá sinais de que será um nome mais requisitado daqui para frente.
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2. Cinema Independente
Manchester À Beira Mar, aliás, é um dos exemplos de que produções menores ganham cada vez mais destaque em um cenário de consumo em mutação. Este drama conta com a produção de pesos-pesados, como o ator Matt Damon, mas isso demonstra que mesmo astros de maior grandeza tentam reinventar suas carreiras por este caminho. As 8 indicações de Moonlight (foto), que custou míseros 5 milhões de dólares para sua produção (para os padrões de Hollywood), é outra prova disso, assim como a presença de Viggo Mortensen na festa por O Capitão Fantástico, filme de pouco público.
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3. Ryan Gosling e Emma Stone
O casal queridinho do fenômeno La La Land vem batendo na porta da fama definitiva há algum tempo. Pois, então, agora conseguiu. Emma foi indicada dois anos atrás por seu trabalho em Birdman – mas sem efetivo destaque no filme – e encantou por sua ótima interpretação no excelente A Resposta. Já Gosling surgiu impressionando em seu papel de um professor vanguardista em Encurralados, em 2007, mas não havia conseguido manter o nível de popularidade do público e receptividade da crítica. Possivelmente agora ele mudará esse cenário.
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4. Tom Engajado
Em tempos de Donald Trump, muro na fronteira do México, medidas racistas, ataques à imprensa e negligência com o meio ambiente, Hollywood terá muito o que falar – e filmar. Depois da era Obama, que representou uma reconciliação entre a classe artística e a Casa Branca após os tenebrosos anos Bush, o embate voltou. E voltou com tudo. Nomes de peso como Meryl Streep, Leonardo DiCaprio, Robert De Niro e Jodie Foster já deram seus recados. A ausência de diretores iraniano e sírio indicados ao prêmio revela a que ponto esse choque pode chegar.
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5. Damien Chazelle
Com apenas 32 anos de idade, o diretor chega ao topo muito cedo. Aliás, bota topo nisso. O filme sob sua batuta igualou o recorde histórico da Academia de Cinema de Hollywood, com 14 indicações. Se ele merece tudo isso, aí é outra conversa. Talvez La La Land padeça de uma visão inocente e autopromocional, mas é preciso reconhecer que a produção recolocou o gênero musical em posição de protagonismo. Isso faz de Damien um nome cobiçado pelos grandes estúdios. Antes do filme, ele já havia beliscado uma indicação ao Bafta e outra no Festival de Cannes por Whiplash: Em Busca da Perfeição.