Minha experiência na cozinha, como para a maioria das mulheres, sempre esteve, de certa forma, ligada à maternidade. Desde muito pequena, em cima de um banco de madeira para alcançar a bancada de queijos, a primeira coisa que aprendi com a minha mãe na fazenda onde nasci foi dessorar e compactar a coalhada. Depois, já mais grandinha, assumi as panelas, ajudando-a no preparo das refeições da casa e dos peões que lá trabalhavam.
Adolescente, vim para Goiânia cursar o ensino médio. Uma das minhas primeiras experiências cozinhando longe das barras da saia da minha mãe foi traumática: fui preparar um frango de granja à moda caipira – já que, menina da roça, nunca havia experimentado frango de granja na vida – e os ossos foram para um lado e a carne, desfeita, para o outro. Desastre total, a comida só não foi para o lixo porque a fome era grande.
Não demorou muito, já mãe de três meninos, a cozinha da minha casa era um ponto de encontro da família nos finais de semana. Meu desafio era sempre trazer para a mesa as novas receitas que ia aprendendo. Lembro da lasanha, da galinhada – que não é uma tradição da região do Nordeste goiano, de onde venho –, de uma torta deliciosa de pêssego que aprendi com uma prima. Junto com essas receitas, vinham os novos ingredientes e técnicas que aos poucos eu ia descobrindo: o molho bechamel, a bolacha champanhe, a massa para lasanha, o doce de pêssego em calda, entre outros. Também aqui, na capital, destaco o contato que tive com a tradição mineira, na cozinha da dona Dolorita, avó de minhas sobrinhas, já falecida, que fazia pão de queijo e biscoito de queijo como ninguém e com quem muito aprendi.
No começo dos anos 2000, minha vida deu uma guinada. Trabalhando na Educação, envolvida com pesquisas na área, a cozinha já algum tempo não ocupava mais um grande espaço na minha rotina. Mas o contato com a gastronomia de além-mar depois que conheci o José Pedro, com quem logo em seguida me casaria, e o desafio do Porto Cave me levaram de volta para a cozinha, dessa vez em um nível profissional, no qual permaneço até hoje.
Na rotina de trabalho, eu, mãe de três adultos, convivo diariamente com outras mães na cozinha do restaurante, além das atendentes, também mães. No salão, são várias mães com quem me relaciono entre almoços, jantares e encomendas. Há algo que une todas elas: o desejo de oferecer o melhor para os seus filhos.
Vivendo em meio a tantas mães, escutei muitas histórias, seja sob o calor do fogão, seja regadas por um bom vinho. Em todas essas conversas, percebo que nos reinventamos e nos descobrimos ao temperar a vida com o amor mais genuíno que conheço. Como na comida, que precisa de muito afeto, trabalho, suor, dedicação, tempo, paciência, a maternidade também requer esses mesmos ingredientes.
Que neste Dia das Mães, quando muitas mães estarão celebrando e outras cozinhando, que todas tenham a alegria de verem seus filhos bem alimentados, de corpo e alma.
Para concluir, uma receitinha do caderno da mamãe:
O melhor doce de leite do mundo
5 litros de leite
2 vasilhas de manteiga de 500 gr de açúcar
1 colher de chá de bicarbonato
Um tacho de ferro batido e de fundo mais grosso que só ela tem
No início, fogo alto. Mexer até dissolver o açúcar e o bicarbonato. Não sair de perto, senão derrama. Quando subir, abaixe o fogo. Quando o doce já estiver parando, fogo baixo. Mexer sem parar. E o ponto, só ela sabe.
Ah, dona Doracy, se a Häagen-Dazs te descobrisse, venderiam ainda mais!
A Edvânia cozinha como quem faz uma poção mágica. Coloca ingredientes de excelente qualidade mesclados a outros que só quem cozinha com o coração seria capaz de polvilhar. A gente come aquele bacalhau com natas, aquelas natas do céu e se pergunta: teriam essas natas a ver com nascimento, e, portanto maternidade? Chego à conclusão que sim! Não por acaso me alegram muito além do estômago. Edvânia é pura entrega. Pura emoção. Puro coração. Meu Porto preferido.
Que presente seu Feedback, mas fostes além, recebo o como um verdadeiro apreço! Gratidão!
Gratidão minha cara amiga! Um presente seu apreço.
Querida prima Edvania, sempre teve essas mãos de anjo em tudo que toca. Ela é como um beija-flor de toques leves e rápidos e faz tudo ficar delicioso e artisticamente trabalhado. Grande educadora, lutadora, ela sempre faz a tudo com muita garra e dedicação, ela acredita no que faz e FAZ… É uma pessoa de grande generosidade, sempre dedicada a família e amigos. Obrigada minha querida por todas as vezes que esteve comigo quando precisei . A você meu carinho e amizade eternos.
Que presente seu Feedback prima querida, gratidão! Foi sempre muito divertido e bom estar contigo. Relembrar momentos onde a comida sempre teve seu lugar especial e com os meninos ainda bem pequenos cheios de apetite rs bjo no coração.
Juro que caiu uma lágrima do meu olho.
Dona Edvania e sr j. Pedro, este casal me fez cresce como pessoal e como pai, ela leva a culinária onde nenhum megachef de cozinha leva, no ♥️, e isso, faculdade de Gastronomia nenhuma consegue ensinar.
Parabéns a todas as mamães,
Meu bom rapaz, sempre soube como poucos trabalhar em equipe, atender, vender, servir, sorrir e quebrar o gelo sempre que a situação permitia. Saudades Mackensie! Bjo no coração com gratidão meu anjo.